Soprano alemã (Varel, Oldenburg, 9.2.1937 – Tóquio, 18.8.2009) que se notabilizou no reportório wagneriano. Iniciou a sua carreira em 1971 a cantar Mozart, em Freiburg im Breisgau, integrando depois da Ópera do Reno, em Dusseldorf, onde Leonard Bernstein a descobriu e convidou para gravar Salomé, de Richard Strauss. Em 1976 estreou-se em Covent Garden e logo depois no Met, onde cantou o Tannhäuser. Em 1977, a sua interpretação de Salomé no Festival de Salzburgo afirmou-a definitivamente como cantora de topo. Nos anos seguintes fez o Fidelio em Salzburgo com Bernstein e no Met com Karl Böhm, mas apareceu também como Elektra, Sieglinde, Isolde, Donna Anna, Brünnhilde, entre outros papéis. Em 1981 fez, em Munique, uma gravação histórica de Tristan und Isolde com Bernstein, repetindo o enorme sucesso ao vivo em Nova Iorque. Em Bayreuth (1983) fez a Brünnhilde sob a direcção de Solti, levando a crítica a afirmá-la como uma das maiores intérpretes de sempre daquele papel. Em 1996, de novo em Munique, fez uma aclamadíssima Isolde dirigida por Lorin Maazel. No mesmo ano e com o mesmo maestro, fechou o Festival de Salzburgo de novo com a Elektra, tendo sido declarada como Artista do Ano pela revista alemã de ópera, Orpheus. Em 1999 estreou em Salzburgo a ópera que Luciano Berio escreveu para ela, Cronaca del Luogo. Continuou a apresentar-se nas grandes salas de ópera e de concerto, na Europa e nos EUA. Em 1997 foi de novo declarada Artista do Ano, desta vez pela revista Opernwelt. Porém, a sua fama como cantora das obras de Strauss e Wagner, não reduziu a sua versatibilidade, aparecendo, por exemplo, ao lado de Placido Domingo na produção da Tosca que Zeffirelli realizou para o Met. No lied, o seu reportório estendeu-se de Bach a Hugo Wolff, passando por Mozart. Na edição de 21 do Festival de Salzburgo cantou o papel de Kostelnicka numa produção da Jenufa de Janácek, sob a direcção de John Eliot Gardner, demonstrando a sua capacidade de aumentar incessantemente o seu reportório, onde se incluíram por exemplo Pierrot Lunaire, de Schoenberg ou Besuch der alten Dame, de Gottfried von Einem.
Hildegard Behrens foi distinguida com o Bundesverdienstkreuz (RFA), a Bayerischer Verdienstorden (Baviera). Foi feita Österreichische Kammersängerin da Ópera de Viena e, na Dinamarca, foi-lhe atribuído o Prémio de Música Léonie Sonnings. Em 1999, foi escolhida por Leonie Rysanek para lhe suceder como detentora do Lotte Lehmann – Gedächtnisring, da Ópera de Viena. Ainda nesse ano foi galardoada, na Ópera da Bastilha, com o Prémio Herbert von Karajan da Académie du Disque Lyrique. Discografia aqui.