Escritor português (Chacim, Macedo de Cavaleiros, 1941). Muito ligado à sua região, não só por laços afectivos, mas também por uma vasta acção cívica e cultural, a sua literatura ultrapassa a fronteira do regionalismo, firmando-se como romancista e poeta de cunho clássico sem renegar a modernidade.
Alguns títulos: Algures a Nordeste (poesia, 1974); Solo Arável (poesia, 1976); Sancirilo (romance, 1983; 2ª edição reescrita, 1996); O Diabo Veio ao Enterro (contos, 1985);Memórias de Caça (contos, 1987), Crónica da Casa Ardida (romance, 1992); Raquel e o Guerreiro (romance, 1995), Três Histórias Transmontanas (contos, 1998); Artes Marginais (antologia poética, 1998); Desta Água Beberei (poesia, 1999); O Livro dos Lugares e Outros Poemas (poesia, 2000); Antes Que o Rio Seque – poesia reunida (2006), As Têmporas da Cinza (poesia, 2008).
O Prémio Goncourt de Poesia foi atribuído ao poeta marroquino (n. Fez, 1942) Abdellatif Laâbi, pelo conjunto da sua obra. Ver texto autobiográfico e bibliografia exaustiva aqui.
Poeta e ensaísta mexicano (n. Cidade do México, 30.6.1939) que se destacou também como tradutor (Beckett ou T. S. Eliot, por exemplo), professor (no México, mas também nos EUA, no Canadá e no Reino Unido), director de colecções e editor, tendo dirigido a «Biblioteca del Estudiante Universitario» e várias revistas e suplementos literários. O Prémio Cervantes foi-lhe atribuído por ser «um poeta excepcional da vida quotidiana com profundidade e capacidade de recrear um mundo próprio». José Emílio Pacheco tem sido distinguido, ao longo da sua vida, com os mais prestigiados prémios: Prémio Nacional de Poesia, Prémio Nacional de Periodismo Literário, Prémio Xavier Villaurrutia, Prémio Magda Donato, Prémio José Asunción Silva em 1996, Prémio Octavio Paz em 2003, Prémio Federico García Lorca em 2005, Prémio Ibero-americano de Poesía Pablo Neruda em 2004 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana em 2009. Em 2006 entrou para a Academia Mexicana.
Da sua obra destacam-se: El castillo en la aguja (1962), Los elementos de la noche (1963), El reposo del fuego (1966), Morirás lejos (romance, 1967), No me preguntes cómo pasa el tiempo (1969), Irás y no volverás (1973), Islas a la deriva (1976), Ayer es nunca jamás (1978), Desde entonces (1980), Batallas en el desierto (romance, 1981), Trabajos en el mar (1983), Fin de siglo y otros poemas (1984), Album de zoología (1985), Alta traición (antologia, 1985), Miro la tierra (1986), Ciudad de la memoria (1989), El silencio de la luna (1994), La arena errante (1999), Tarde o temprano (poemas 1958-2000), Epitafio de fuego (2006), Contraelegía (antologia, 2007), La edad de las tinieblas (poemas em prosa, 2009). Os seus livros de contos incluem os títulos: El viento distante y otros relatos, El principio del placer, El pozo y el pêndulo e La sangre de medusa.
Poeta italiana (Milão, 21.3.1931 – ibid., 1.11.2009) cujo primeiro livro, La presenza di Orfeo, publicado em 1953, foi muito bem recebido pela crítica. Seguiram-se-lhe Paura di Dio (1955), Nozze romane (1955), Tu sei Pietro (1962). À publicação destes volumes seguiram-se muitos anos de silêncio, quebrado, em 1984, com La Terra Santa, e depois uma intensa produção, que agora se estende, por vezes, à prosa: L’altra verità. Diario di una diversa (1986), Testamento (poesia, 1988), Delirio amoroso (1989), Il tormento delle figure (1999), Vuoto d’amore (poesia, 1991), Le parole di Alda Merini (1991), Ballate non pagate (poesia, 1995), La pazza della porta accanto (1995), La vita facile (1996), Fiore di poesia, 1951-1997 (poesia, 1998), Lettere a un racconto. Prosa lunghe e brevi (1998), Il ladro Giuseppe. Racconti degli anni Sessanta (1999), Aforismi e magie (1999), Superba è la notte (poesia, 2000), Più bella della poesia è stata la mia vita (poesia, 2003), Clinica dell’abandono (poesia, 2004), L’anima innamorata (poesia, 2000), Corpo d’amore. Un incontro con Gesù (poesia, 2001), Magnificat. Un incontro con Maria (poesia, 2002), La carne degli Angeli (poesia, 2003). Candidatada ao Nobel, entre vários os prémios com que foi distinguida, destacam-se o Prémio Viareggio de 1996 e o Prémio da Presidência do Conselho de Ministros de Poesia, em 1999.
Poesia
Manuel Gusmão, A Terceira Mão (Caminho).
Poeta, ensaísta e crítico (n. Évora, 11.12.1945) «A poesia de Manuel Gusmão é elaborada e despojada, fruto de um demorado e alquímico processo quer de selecção quer de condensação (sintáctica, vocabular, intertextual, gráfica), ao mesmo tempo obsessional e reflectido, onde sobressai a tensão/fusão da ordem da razão e das coisas, com a ordem, talvez mais privada, da intensidade, da «chama».
Margarida Vieira Mendes em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa
Ficção
Maria Velho da Costa, Myra (Assírio e Alvim).
Escritora portuguesa (n. Lisboa, 1938). Pioneira de um certo libertarismo de feição feminista, ficou-lhe, no plano literário, a conotação da «escrita feminina». Escreveu M. Helena Ribeiro da Cunha que esta não é «arrancada de uma marca ideológica masculina, mas criadora de um universo que, aos poucos, se define como próprio e independente. Nesse aspecto, não percorre sem drama o caminho angustiado de uma luta com a linguagem no sentido de fugir ao estigma da ‘sensibilidade’ e imprimir uma função redentora à sua escrita». (em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa). Escritora aberta ao experimentalismo, é profunda conhecedora das técnicas narrativas e delas faz uso pleno. Os seus romances são de gestação lenta e elaboração cuidada, como se pode ver até no ritmo cronológico do seu aparecimento, o que evidencia um aturado trabalho sobre a linguagem: Maina Mendes (1969), Casas Pardas (1977), Da Rosa Fixa (1978), Lucialima (1983), O Mapa-de-Rosa (1984), Missa in Albis (1988), Dores (1994).
Ensaio
Frederico Lourenço, Novos Ensaios Helénicos e Alemães (Cotovia)
Isabel Cristina Pinto Mateus Kodakização e Despolarização do real – Para Uma Poética do Grotesco na Obra de Fialho de Almeida (Caminho).
Escritor suíço (Payerne, 1.3.1934 – Yverdon-les-Bains, 9.10.2009) que iniciou a sua actividade, em 1954, com a publicação de poesia (Le Jour proche, 1854; Chant de printemps, 1955; Une voix la nuit, 1957; Batailles dans l’air, 1959), mas que, em 1973, se destacou no campo do romance com a atribuição do Prémio Goncourt a L’Ogre. Distinguiu-se também como cronista, crítico e ensaísta, tendo abordado não apenas literatura, mas também pintura. Em 1999 recebeu o Grande Prémio da Língua Francesa pelo conjunto da sua obra e o Grande Prémio du Rayonemment da Academia Francesa.
Algumas obras: La Tête ouverte (romance, 1962), L'Ouvert obscur (poesia, 1967), L'Ardent royaume (romance, 1975), Elégie soleil du regret (poesia, 1976), Les Yeux jaunes (romance, 1979), Judas le transparent (romance, 1982), Le Calviniste (poesia, 1983 ), Jonas (romance, 1987), Comme l'os (poesia, 1988), Dans la Page brumeuse du sonnet (poesia, 1989), Elégie de Pâques (poesia, 1989), Neige (poesia, 1989), Les Aveugles du seul regard (poesia, 1991), Songe du Corps élémentaire (poesia, 1992), La Trinité (romance, 1992), Le Rire dans la faille (poesia, 1993), Les Elégies de Yorick (poesia, 1994), Le rêve de Voltaire (romance, 1995), La mort d'un juste (romance, 1996), Portrait d'une ombre (romance, 1999), L'Eternel sentit une odeur agréable (romance, 2004), Allegria (poesia, 2005), Avant le Matin (romance, 2006), Le Vampire de Ropraz (romance, 2007), Revanche des purs (poesia, 2008), Un Juif pour l'exemple (romance, 2009).
Poeta e artista plástico espanhol (n. Villafranca del Bierzo, León, 1957), cuja obra pictória e gráfica tem sido apresentada na Europa, nos EUA e na América Latina, e que obteve uma menção honrosa na edição de 1999 do Prémio Nacional de Gravura. Como poeta, a sua obra, antes de ter sido distinguida, em 2009, com o Prémio Nacional de Poesia atribuído a La casa roja (2008), já tinha sido objecto de outros galardões: La poesía ha caído en desgracia, obteve o Prémio Jaime Gil de Biedma, em 1992, e La Tumba de Keats (1999), o Prémio Jaén de poesia. Alguns outros títulos da sua obra poética são: Antifona del Otoño en el Valle del Bierzo (2003), El Universo Esta en la Noche (2006), Cuaderno de Roma (2005).
O poeta brasileiro Manoel de Barros foi distinguido com o Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen, atribuído pela Câmara Municipal de São João da Madeira ao livro Compêndio para uso dos pássaros - Poesia Reunida, 1937-2004. Via Blogtailors.
Manoel de Barros
Auto-retrato falado
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que
fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
>>Biografia e Bibliografia de Manoel de Barros aqui.
Prémio Jabuti 2009 de Poesia
Dois em Um, de Alice Ruiz S.
«Alice Ruiz nasceu em Curitiba, PR, em 22 de janeiro de 1946. Começou a escrever contos com 9 anos de idade, e versos aos 16. Foi "poeta de gaveta" até os 26 anos, quando publicou, em revistas e jornais culturais, alguns poemas. Mas só lançou seu primeiro livro aos 34 anos.» Ver mais aqui.
Prémio Jabuti 2009 de Conto
Canalha! (crónicas), de Fabricio Carpinejar
«Poeta e jornalista, mestre
Prémio Jabuti 2009 de Romance
Manual da paixão solitária, de Moacyr Scliar
«Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hoje reúne a comunidade judaica, a 23 de março de 1937... Publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962. A partir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários. Sua obra é marcada pelo flerte com o imaginário fantástico e pela investigação da tradição judaico-cristã.
(...) Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 por Geraldo França de Lima. Tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebido pelo poeta gaúcho Carlos Nejar.» Ver texto integral e bibliografia.
Poeta espanhol (Antequera, Málaga, 9.10.1909 – ibid., 28.9.2009) pertencente ao grupo dos neo-renascentistas. Foi fundador, com José Antonio Maravall, Leopoldo Panero e José R. Santero, da Nueva Revista (1929-1931). Distinguido com o Prémio Nacional de Poesia, em 1998, recebeu o Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana, em 2002. Ver bibliografia activa e passiva aqui.
«A vida literária de José Antonio Muñoz Rojas ocupa folgadamente três quartos de século, desde o momento de formação das estéticas de 27, até bem dentro do século XXI. Ao longo de todos esses anos, viu passar ao seu lado a febre vanguardista dos anos vinte, a poesia «entre a pureza e a revolução» dos anos trinta, a oposição entre o garcilasismo e o expressionismo tremendista dos anos quarenta, o realismo social e as estéticas que se formam até à metade do século, os culturalismos e esteticismos marginais, as poéticas de 68, a poesia figurativa e a poesia minimalista a partir dos anos oitenta..., e por aí adiante até ao cansaço. Já nos anos da sua fecunda velhice, a sua obra (resgatada e dada à luz pela editorial Pre-Textos) ergueu-se de um longo e aparentemente cómodo silêncio em que se encontrava, para se converter numa presença viva, a que muitos poetas jovens acodem para se familiarizarem com alguns traços essenciais da poesia de um século». O texto de Francisco Ruiz Soriano pode ser lido aqui.
NARRATIVA
Quanta stella c'è nel cielo
Edith Bruck
Garzanti
«Quanta stella c’è nel cielo» não é engano, é o primeiro verso de uma balada amarga do jovem Petöfi, o grande poeta húngaro. Estes versos estão entre as poucas coisas que Anita traz consigo, juntamente com memórias dilacerantes. Anita não tem ainda dezasseis anos. É uma sobrevivente dos campos. É bela, sensível, as provações da vida ficaram-lhe gravadas na alma. Está em fuga de um orfanato húngaro.....»
POESIA
Libro Grosso
Ennio Cavalli
Nino Aragno Editore
«Uma viagem de escuta por caminhos e florestas, com algumas paragens no deserto». Assim definiu Ennio Cavalli Libro grosso, que reune Libro di storia e di grilli, Libro di scienza e di nani, Libro di sillabe».
ENSAIO
Giustizia bendata
Adriano Prosperi
Einaudi
«A venda sobre os olhos, uma atributo da imagem simbólica da justiça como mulher, está no centro do percurso desenhado nas páginas deste livro. Se num célebre poema de Edgar Lee Masters se faz uso dela para criticar a cegueira dos tribunais e a arbitrariedade das sentenças, a venda aparece na iconografia oficial como garantia da imparcialidade e da incorruptibilidade dos juízes».
Página oficial dos prémios aqui.