Meteorologista americano (Michigan, 1920 – Madison, 11.6.2008). Formado em Geologia na Denison University (1941) e doutorado em Meteorologia na Universidade de Chicago (1948). Director do Departamento de Meteorologia da Universidade de Wisconsin-Madison e Professor Emérito da mesma Universidade, um dos mais prestigiados centros de investigação meteorológica nos EUA. Em 1970, tornou-se director do Institute for Environmental Studies, de cuja criação tinha sido um dos principais entusiastas. Bryson escreveu mais de duas centenas de artigos e 5 livros livros abrangendo campos tão diversos como a geologia, a limnologia, a meteorologia, a climatologia, a arqueologia e a geografia, sempre com o objectivo último de compreender a relação entre o clima, as pessoas e o meio ambiente, tornando-se um dos autores mais citados no que respeita à questão do aquecimento global, sobre o qual apresentou opiniões muito próprias, nem sempre coincidentes com a vulgata sobre esta matéria. Um dos seus interesses foi a reconstrução de climas do passado através de métodos objectivos.
Sobre os seus trabalhos nesta área veja aqui.
AQUECIMENTO GLOBAL
«Para ler as notícias de forma racional, um leitor instruído precisa de algumas noções-chave para fazer uma rápida triagem entre o que é claramente absurdo e o que é provavelmente correcto. (...) Eis algumas dos absurdos correntes:
1. O aquecimento atmosférico do século passado não tem precedente. FALSO. Há literalmente milhares de publicações científicas com dados que mostram que o clima mudou de uma forma ou de outra durante pelo menos 1 milhão de anos.
2. É um facto que o aquecimento do último século tem origem humana e deve-se às emissões do CO2. FALSO. É uma teoria que não tem qualquer prova credível. Há um certo número de causas da mudança climática e, na medida em que não podemos excluir todas as outras causas, não podemos atribuir a mudança apenas ao CO2.
3. O gás mais importante com um efeito de serra é o CO2. FALSO. O vapor de água é pelo menos 100 vezes mais eficaz do queo CO2, pelo que as pequenas variações do vapor de água tem mais influência do que as grandes variações de CO2.
4. Não podemos contradizer os modelos informáticos que predizem o efeito de duplicação do CO2 ou de outro «gás com efeito de serra». FALSO. Para demonstrar isso, dever-se-ia demonstrar que os modelos são capazes pelo menos de reproduzir o clima actual. Não podem fazer, nem em sonhos. Há estudos que mostram que a margem de erro das simulações de precipitação é da ordem dos 100 % e que a simulação da temperatura actual dá margens quase idênticas às que foram preditas para uma duplicação de CO2. Para numerosas regiões, o erro nas precipitações é de 300-400 %.
5. Pretendo dizer que as medições de CO2 são mal feitas. FALSO. As medições de CO2 são feitas correctamente, mas é a sua interpretação que é, frequentemente, anti-científica.
6. Existe geralmente um com consenso entre os cientistas sobre o facto de o CO2 constituir uma causa do aquecimento climático. Provavelmente FALSO. Não me lembro de ter visto qualquer votação e digo que, se uma tal votação fosse organizada pelos mais activistas nesta matéria, isso implicaria uma boa porção de gente que não conhece o clima suficientemente para ter uma opinião credível. Fazer uma votação é um modo arriscado de descobrir a verdade científica.»
(Excerto de uma entrevista que pode ser lida aqui).
Meteorologista e matemático americano que se tornou célebre pela sua «teoria do caos» (West Hartford, Connecticut, 1917 - Cambridge, Massachusets, 16.4.2008). Licenciado pelo Dartmouth College (1938) em Matemática, continuou os estudos em Harvard (1940) e doutorou-se em Metereologia no MIT (1948), onde fez a sua carreira docente e de investigação. Era Professor Emérito daquela instituição desde 1987. A noção de caos está associada à capacidade de predição, à noção de indeterminismo. Existem teorias do caos que se aplicam a vários campos em que, a partir de determinadas condições iniciais é impossível de esbelecer o mesmo tipo de evolução futura: é o caso da física, química, biologia, economia e meteorologia. Foi neste último domínio Edward Lorenz formulou (1963) a teoria do efeito borboleta que exprime bem o que pode ser considerada uma teoria do caos: basta que se gere turbulência por intermédio do bater das asas de uma borboleta para que o tempo que se fará sentir nos dias mais próximos se modifique por completo, ideia que está presente no título de uma conferência que proferiu em 1972: «Predictability: Does the Flap of a Butterfly’s Wings in Brazil Set Off a Tornado in Texas?»