Quarta-feira, 27 de Maio de 2009

Hoje



 

 

 

 

 

 

 

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Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Hoje

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Quinta-feira, 23 de Abril de 2009

DIA MUNDIAL DO LIVRO


 

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Terça-feira, 14 de Abril de 2009

Livros e Ensino

«Os bons livros são cruciais para a solidez de uma cultura, e sem eles não pode haver ensino de qualidade. O gosto pela precisão e pela qualidade editorial é simultaneamente causa e consequência de uma cultura que ultrapassou a fase da oralidade vaga e sem rumo. Um gosto que tarda a chegar entre nós.»

 

Final da crónica de Desidério Murcho no Público de hoje e publicada também aqui [via Blogtailors]. Crónica a ler na íntegra.

publicado por annualia às 11:31
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Domingo, 29 de Março de 2009

NÃO DEIXE DE LER ESTE TEXTO

Vamos falar de um novo livro, mas não apenas de mais um livro:

 

«Numa escrita que renuncia a quaisquer adornos ou efeitos, se cola aos factos e exprime segundo princípios de rigor, concisão, clareza, sem nunca perder o registo das tensões e a variabilidade formal, Ana Cristina Pereira conduz o leitor pelos espaços e tempos da nossa derrota colectiva, da exclusão à violência, da miséria às solidões de cada idade do sofrimento e da desesperança. E é a eloquência do que, em regra, não vemos: cenários, personagens, situações no desabrigo das cidades ou nos meandros do crime. Aí estão, opostos a qualquer ingenuidade ou miserabilismo, toxicodependência e álcool, transexualidade, doença seropositiva, prostituição, assaltos, narcotráfico, a infância esbulhada onde sonhos e jogos afloram como último resíduo do humano. Nunca enquanto resultado de uma efabulação, nunca ao sabor do lixo sensacionalista ou das incursões de mera superfície.
Obra de jornalismo na sua realização mais exigente. Um livro, quero dizê-lo, raro e siderante. Não se lê à margem da emoção, do sobressalto. De relato em relato, história em história.»

José Manuel Mendes

 

Mais informações muito em breve.


 

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Terça-feira, 3 de Março de 2009

Capas de livros

«Claro que um livro imprestável que tenha uma capa fabulosa continua a ser um livro que não presta. [Não devemos esquecer] que o conteúdo é rei; os leitores comprarão um livro embrulhado em papel de jornal se estiverem mortos por conhecer o seu conteúdo. Porém, é bom que sejamos lembrados de que o livro impresso, como produto da vida civilizada, ainda é -- e sempre será -- um objecto de desejo.»

 

Robert McCrum aqui.

[via Blogtailors e Livro de Estilo]



publicado por annualia às 15:29
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Domingo, 1 de Fevereiro de 2009

Salão do Livro Infantil e Juvenil

Por indicação colhida nos Blogtailors aqui fica a informação relativa ao Salão do Livro Infantil e Juvenil, que decorre a partir de hoje e até dia 14 em Pontevedra. Portugal é Convidado de Honra.

 

Cartel da edición de 2009.

 

 

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Quinta-feira, 10 de Julho de 2008

Editorial Verbo: algumas datas da sua história

 

 

1958
Fundação da editora por Sebastião Alves, Fernando Guedes e José Maria Alves. Sebastião Alves investiu então 200 000$00 no negócio, e o mesmo fez Fernando Guedes. Para além deste montante funcionou o crédito bancário, facilitado pela posição empresarial de Sebastião Alves (indústria farmacêutica). A direcção da empresa esteve sempre confiada a Fernando Guedes.
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1959
Publicação da Arte Popular em Portugal (dir. Fernando de Castro Pires de Lima).
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1960
Publicação da Grande Enciclopédia da Cozinha de Maria de Lourdes Modesto e dos primeiros títulos de literatura infanto-juvenil, que haveria de permanecer sempre um dos pontos fortes do catálogo da editora.
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1961-1963
Preparação e início de publicação da Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. O primeiro secretário-geral foi o Padre António de Magalhães, S.J., que a doença, a breve trecho, veio impedir o exercício das suas funções. Publicada em fascículos a princípio mensais, passou depois a publicar-se a um ritmo de um volume anual, até perfazer os 18 volumes que a constituíram (depois acrescentados de mais alguns volumes de actualização). A capa, de Sebastião Rodrigues, é um dos testemunhos da longa e profícua relação da editora com o grande designer gráfico.
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1962
Início dos trabalhos da Enciclopédia Verbo Juvenil. Simultaneamente, criaram-se colecções de prestígio, como a das «Presenças», de ensaios literários, entre outros, de Vitorino Nemésio, Jacinto do Prado Coelho, David Mourão-Ferreira, Adolfo Casais Monteiro, Maria de Lourdes Belchior, Esther de Lemos, José V. de Pina Martins, João Bigotte Chorão e muitos outros.
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1963
Transformação da empresa em Sociedade Anónima.
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1964
Associação com as oficinas gráficas L. Henri Gris, mais tarde Gris, Impressores, S.A.
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1965
Início da publicação das Obras de Tomaz de Figueiredo.
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1966
Fundação da Editora Verbo (São Paulo, Brasil).
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1967
Publicação do segundo (o primeiro é de 1964) e último volume de Polémicas Portuguesas (dir. Artur Anselmo).
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1968
Criação da Crediverbo, com o objectivo de que o livro chegasse a um público mais vasto, que não frequentava nem tinha, por vezes, possibilidade de ter acesso a livrarias.
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1969
Criação da Litécnica, em Luanda.
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1970
Lançamento da «Biblioteca Básica Verbo – Livros RTP», um dos mais extraordinários êxitos da história da edição em Portugal, hoje ainda um ponto de referência e de reflexão histórica.
De cada um dos dois primeiros volumes – a novela Maria Moisés, de Camilo Castelo Branco, e 100 Obras Primas da Pintura Europeia – venderam-se 230 000 exemplares. Em Outubro de 1972, do 100.º título, Os Lusíadas, venderam-se ainda 100 000 volumes. Ao todo, durante cem semanas, a Verbo colocou em casa dos Portugueses, ao preço de 15$00, mais de 15 milhões de livros.
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1971
Criação da Verbo, Publicações Periódicas, S.A.
Início da publicação da revista Observador, dirigida por Artur Anselmo.
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1972
A Verbo adquiriu a Ulisseia (reactivada cerca de 5 anos depois), cuja linha editorial, sobretudo no campo da ficção para adultos, haveria de permitir a divulgação, em língua portuguesa, de grandes autores estrangeiros. Retomou-se, por isso, a Colecção dos «Clássicos do Romance Contemporâneo», reeditando escritores e publicando novos títulos, entre outros, de Graham Greene, Hemingway, Julien Green, Kazantzaki, Yourcenar.
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1973
O extraordinário êxito dos Livros RTP levou à criação dos Editores Associados — constituídos também pela Bertrand e Livros do Brasil — para publicarem uma colecção de livros de bolso — a «Unibolso» —, cuja continuidade ficou comprometida pelos acontecimentos políticos que agitaram o País no ano seguinte.
Início da publicação da «Biblioteca Integral Verbo», dedicada aos grandes clássicos gregos e latinos (interrompida com as dificuldades económicas surgidas no pós-25 de Abril).
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1974
Criação do Clube Português do Livro e do Disco.
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1977
Início da publicação da História de Portugal do Prof. Joaquim Veríssimo Serrão, um grande sucesso editorial (que vai no seu 17.º volume).
Início da publicação da «Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses».
A Verbo, Publicações Periódicas começa a publicar banda desenhada (Astérix, Tintim e outros).
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1980
Edição das obras de Camões (4.º centenário da morte), ilustrada por Lima de Freitas e Paulo Ferreira.
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1982
Publicação da Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lourdes Modesto, com fotografias de Augusto Cabrita e Homem Cardoso, obra que já ultrapassou largamente os 300 000 exemplares vendidos.
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1983
Comemoração das bodas de prata com um ciclo de conferências, subordinado ao título Que Cultura em Portugal nos próximos 25 anos? O texto dessas conferências foi depois reunido em livro.
Início da publicação de POLIS – Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado (5 volumes), direcção de Roque Cabral, Mário Bigotte Chorão, Hermes dos Santos e José Miguel Júdice.
Criação da Verbo Postal.
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1984
Início da publicação da série de grandes álbuns ilustrados, que viria a incluir As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal, Os Mais Belos Castelos de Portugal, As Mais Belas Igrejas de Portugal, Parques e Reservas Naturais de Portugal, Os Mais Belos Palácios de Portugal, Os Mais Belos Rios de Portugal, etc. Neles colaboraram nomes como Júlio Gil, Pedro Castro Henriques, João Conde Veiga, Augusto Pereira Brandão e os fotógrafos Augusto Cabrita, Nuno Calvet, Rui Cunha e Michael Teague.
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1985
Início dos trabalhos de publicação de LOGOS – Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, direcção de Roque Cabral, Gama Caeiro, Manuel da Costa Freitas, Alexandre Fradique Morujão, José Bacelar e Oliveira e António Paim.
Edição monumental das obras de Fernando Pessoa (cinquentenário da morte), ilustrada por Lima de Freitas.
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1989
Criação do Departamento de Dicionários, assim dando corpo aos acordos entretanto realizados com a Oxford University Press e com a Hachette para a produção de dicionários bilingues.
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1992
Início dos trabalhos preparatórios da edição da Enciclopédia Verbo – Edição Século XXI (edição renovada e actualizada da Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura).
Lançamento da fotobiografia de Amália Rodrigues, de Vítor Pavão dos Santos, com fotografias de Augusto Cabrita.
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1993-1994
Participação no capital inicial da TVI.
Início da publicação de História Crítica da Literatura Portuguesa, dirigida por Carlos Reis.
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1995
Início da publicação de BIBLOS – Enciclopédia Verbo das Literaturas da Língua Portuguesa (5 volumes), direcção de Aníbal Pinto de Castro, Maria de Lurdes Ferraz, Maria Aparecida Ribeiro, José Augusto Cardoso Bernardes e G. Chaves de Melo.
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1996
Criação da Verbo Multimédia e publicação dos primeiros CD-ROM.
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1997
Início da publicação da versão portuguesa da História da Humanidade, obra produzida pela UNESCO.
Publicação de Portugal e a Moeda Única, de Aníbal Cavaco Silva.
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1998
Comemoração do 40.o aniversário da Editorial Verbo com a realização de uma série de conferências subordinadas ao tema geral: O Portugal que somos.
Parceria para a criação da Universidade Católica Editora (que mais tarde se viria a autonomizar).
Início da publicação da Enciclopédia Verbo - Edição Século XXI, sob a direcção de João Bigotte Chorão, assessorado, na secretaria-geral, por António Leitão, sendo a coordenação editorial de Jorge Colaço e George Vicente. Capa e guardas devem-se a José Brandão e a coordenação gráfica passou por sucessivas mãos, até ser assegurada, com continuidade, por Magda Macieira Coelho.
*
2001
Publicação do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea — uma realização da Academia de Ciências de Lisboa, cuja preparação fora apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Participação societária na Livraria Mensagem, em Luanda, Angola.
*
2003
Fim da publicação dos 29 volumes, de mais de 700 páginas cada um, da Enciclopédia Verbo - Edição Século XXI. Com cerca de 60 000 entradas, assinadas por mais de 2000 colaboradores, oriundos de todas as áreas do conhecimento, impõe-se como obra de referência de amplitude única em Língua Portuguesa.
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2005 e 2007
Lançamento de novas obras de Maria de Lourdes Modesto: Cozinhar com Legumes e Queijos Portugueses.
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2006-2008
Início da publicação da série de volumes anuais, com o título Annualia, complementada actualmente com o blog: www.annualia-verbo.blogs.sapo.pt.
Publicação do Dicionário Verbo da Língua Portuguesa, com o apoio do Ministério da Educação.
*
2007
Criação da Verbo Moçambique, Lda.
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2008
Comemoração dos 50 anos da Editorial Verbo.
 

 

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Segunda-feira, 26 de Maio de 2008

Feira do Livro

 

 

 

 

 

A Editorial Verbo marca como habitualmente a sua presença na Feira do Livro, que decorre no Parque Eduardo VII até dia 15 de Junho, com cinco pavilhões: Edições Gerais, Dicionários e Enciclopédias, Edições Juvenis, Edições Infantis e um no espaço Infanto-Juvenil.

Se ainda não o fez, pode adquirir o seu exemplar de ANNUALIA na Feira do Livro.

Um dos pontos fortes da Feira do Livro é a possibilidade que proporciona aos leitores de conhecer os seus autores favoritos e obter um exemplar autografado dos seus livros. Aqui a lista dos nossos autores que irão participar na Feira:

Margarida Góis, 24 de Maio, 16h30

Maria do Rosário Pedreira, 25 de Maio, 16h30

Nuno Magalhães Guedes, 31 de Maio; 16h00; 8 de Junho, 16h00; 10 de Junho, 16h00

Maria da Conceição Ferreira, 31 de Maio, 16h30

Joaquim Veríssimo Serrão, 31 de Maio, 17h30

Margarida Castel-Branco e Carla Antunes, 1 de Junho, 14h30

Maria Isabel Mendonça Soares, 1 de Junho, 16h00

Paula Castro Rosa, 7 de Junho, 16h00

Maria Teresa Maia Gonzalez, 7 de Junho, 18h00

Maria de Lourdes Modesto, 8 de Junho, 17h30

João César das Neves, 10 de Junho, 17h30
 

publicado por annualia às 14:56
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Quarta-feira, 23 de Abril de 2008

Dia Mundial do Livro

LIVROS QUE SE TRAZEM DA ILHA

por João Bigotte Chorão

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Em matéria de livros, nada tão melancólico como não os ver, mesmo em casas onde não falta espaço e há de tudo um pouco -- móveis de estilo, quadros com cotação, baixela de valor. Não os vemos ali porque não são apetecidos nem necessários. Melancólico é também o espectáculo dos livros que invadem tudo, extravasando das estantes para cadeiras, sofás, até para o chão, numa desordem e promiscuidade onde a gente se perde e desgosta. Mas os livros simetricamente alinhados, vaidosos das suas ricas encadernações em estantes de boa madeira, parecem mais objectos decorativos que obras de consulta permanente e de grata releitura. Não têm eles sinais iniludíveis de serem muito manuseados, como esses livros que amamos, nas horas de estudo e de lazer sempre ao alcance da mão para responderem às nossas interrogações e serem como companheiros lúcidos e lúdicos. Livros assim, sem outra valia que não a cultural e literária, dói-nos porém vê-los tão maltratados, sem lombada ou capa brochada, ou de encadernação cansada.

À medida que envelhecemos, quando chega a oprimir-nos esse acervo de livros que já não leremos, à medida que o tempo passa e se faz, cada vez mais, dramaticamente escasso, temos a nostalgia de uma biblioteca essencial, de poucos mas bons livros. Aqueles que nos formaram e encantaram -- e decidiram, porventura, do nosso destino. São os livros que levamos para a tal ilha deserta. Ou, na lúcida advertência de um leitor omnívoro como Jünger, os livros que traríamos dessa ilha, livros que parecem sempre novos a cada releitura, e preenchem o vazio de horas de solidão e silêncio, e nos confortam neste duro ofício de viver. Livros que, para uns, são os grandes monumentos literários, referências obrigatórias do nosso património cultural. Livros que, para outros, não são os grandes clássicos, que toda a gente conhece ao menos de nome, mas as obras mais discretas, quase descobertas pessoais -- não as teríamos encontrado se as não tivéssemos procurado --, talvez confissões em surdina, memórias interiores, diários íntimos, epistolários em busca de um diálogo com o Outro. São, em suma, livros que podemos ler de qualquer maneira, sentados, de pé, deitados, em privado e em lugar público, sem que seja mister vestir-nos de ponto em branco, como para receber visitantes ilustres. Como fazia Maquiavel quando relia os seus clássicos latinos e italianos.

 

 

 

publicado por annualia às 07:56
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