O poeta João Rui de Sousa foi distinguido com o Prémio Nacional António Ramos Rosa pelo livro Quarteto Para as Próximas Chuvas (Publicações Dom Quixote, 2008). Instituído pelo pelouro de Cultura da Câmara Municipal de Faro, o prémio é patrocinado pela Direcção Regional de Cultura do Algarve e pela Universidade do Algarve, e será entregue ao vencedor amanhã, às 17.30, na Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, em Faro [no Diário de Notícias via Blogtailors]. O mesmo livro tinha já sido distinguido com o Prémio Teixeira de Pascoaes. Sobre João Rui de Sousa ver aqui.
O livro Quarteto Para as Próximas Chuvas (2008), de João Rui de Sousa, editado pela Dom Quixote, foi escolhido por um júri constituído por Fernando Pinto do Amaral, António Cândido Franco, Luís Adriano Carlos, Isabel Morujão e António José Queiroz, como vencedor da 6ª edição do Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes, atribuído pela Câmara Municipal de Amarante.
Poeta e ensaísta português (n. Lisboa, 1928). Fundou a revista Cassiopeia (1955), com António Ramos Rosa, José Bento e outros. Publicou Circulação (1960), A Hipérbole na Cidade (1960), A Habitação dos Dias (1962), Meditação em Samos (1970), Corpo Terrestre (1972), O Fogo Repartido (reunião dos livros anteriores, com inéditos, 1973), Palavra Azul e Quando (1991), Enquanto a Noite, a Folhagem (1991), Sonetos de Cogitação e Êxtase (1994), Destinação do Corpo (1996), Respirar pela Água (1998), Concisa Instrução aos Nautas (1999), Os Percursos, as Estações (2000). Em 2002 surgiu a Obra Poética 1960-2000. Posteriormente (2005) publicou Lavra e Pousio.
Sobre João Rui de Sousa escreveu Fernando J. B. Martinho em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa (vol. 5, Lx., 2005, cols. 214-217): «A sua poesia, no essencial, permaneceu fiel às duas linhas que podiam perceber-se num ensaio que publicou no número único dessa revista [Cassiopeia] sob o título «A angústia e o nosso tempo», muito em sintonia com o espírito das filosofias da existência, então com grande aceitação junto da nova geração literária: por um lado, uma defesa da "fraternidade", já vincada pelo realismo social; por outro, o não abdicar da singularidade, num tempo em que as esperanças utópicas se mostravam já em franca regressão. O "homem total" que aí se defende corresponde a um homem não mutilado, quer da sua ligação à polis, quer das exigências inalienáveis da sua individualidade. No plano poético, tal implicará a conjugação de dois vectores, o ético e o estético, e a abertura a uma reflexão que problematiza o estar no mundo. O gosto pela reflexão manifesta-se não apenas na prática poética de João Rui de Sousa, mas também no exercício de uma persistente e importante actividade crítica e ensaística que vem até aos nossos dias (...)».