
«A vitória que, finalmente, foi alcançada em 1918, deveu-se mais ao desgaste das forças alemãs do que às batalhas ganhas pelos Aliados, que, no campo militar, iniciaram sem dificuldades o novo ano. Depois do armistício com a Rússia, a Alemanha iniciou as negociações para a paz, em que tentou incluir os restantes países aliados. Em face das acções dilatórias dos Russos, que arrastavam as negociações, os Alemães invadiram novamente a Rússia que, finalmente, acabou por assinar a paz em 3 de Março. A paz com a Roménia foi assinada a 7 de Maio em Bucareste. Os Impérios Centrais, uma vez libertos das preocupações a Leste, resolveram, perante a ameaça americana, atacar rapidamente a Oeste. Contudo, esse esforço vai sair descoordenado, porque a Áustria, para fazer a sua guerra contra a Itália, falha a colaboração. Quanto aos aliados resolveram (Conferência de Versalhes, em Janeiro-Fevereiro) manter-se na defensiva durante este ano e aguardar, para passar à ofensiva, a chegada do grosso das tropas americanas, prevista para 1919. Entretanto, davam-se os primeiros passos para a criação de um organismo único da direcção da guerra, o que vai realmente dar-se, perante o perigo da ofensiva alemã, com a nomeação do general Foch para o cargo de comandante-chefe de todas as forças aliadas. Também os EUA aceleraram o envio de tropas para a Europa. Durante a primeira metade do ano, a iniciativa pertencera aos Alemães, que obtiveram duas grandes vitórias tácticas, mas com a chegada rápida dos Americanos a balança do poder ia inclinar-se definitivamente para os Aliados. A Áustria, em 14 de Setembro, dirigiu aos países neutros e à Santa Sé uma nota para uma reunião preliminar para serem estudadas as negociações de paz, o que não foi aceite pelos Aliados. Em 14 de Outubro o Governo alemão, por intermédio do príncipe Baden, tentou tratar, junto do presidente Wilson, das condições de paz, mas elas foram tais que a Alemanha não aceitou. Em 11 de Novembro, tendo o Kaiser abdicado, a Alemanha solicita o armistício sem condições, terminando assim a guerra que mobilizara cerca de 65 milhões de homens e cujos mortos em combate atingiram os 10 milhões. O tratado de paz será assinado em Versalhes a 28.6.1919.» [em «I Guerra Mundial» (F. de Barros Rodrigues), Enciclopédia Verbo-Edição Século XXI, vol. 14, Lx., 2000]
O Tratado de Brest-Litovsk, assinado em 3 de Março de 1918, foi celebrado entre a Rússia soviética e as potências centrais (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e garantiu a independência aos territórios sob domínio russo na Polónia e no mar Báltico, à Ucrânia e à Finlândia.
A Alemanha reclamava o estatuto independente para essas regiões desde o final de 1917 e foi essa reivindicação que levou ao rompimento de negociações em Novembro daquele ano. Entretanto, com o avanço das tropas alemãs aqueles termos tornaram-se aceitáveis para a Rússia de Lénine, que assim se afastou do esforço de guerra dos Aliados. A independência daqueles territórios servia as potências centrais por constituirem um «tampão», mas a Alemanha esperava que ele pudessem vir a cair sob a sua alçada. Esta expectativa, porém, gorou-se com o Armísticio (Novembro de 1918) que pôs fim à I Guerra Mundial, que impôs o domínio das forças aliadas e obrigou à desmilitarização da Alemanha.
Os soviéticos recuperariam a Ucrânia logo em 1919 e, depois do Pacto Germano-Soviético de 1939, retomaram os territórios polacos e os países bálticos (Estónia, Lituânia e Letónia).
Pode ler o texto do Tratado de Brest-Litovsk aqui.
