Terça-feira, 3 de Novembro de 2009
Marie Ndiaye é uma escritora francesa de ascendência senegalesa (n. Pithiviers, 4.6.1967), que publicou o seu primeiro romance aos 17 anos, Quant au riche avenir (1984). Formada em Linguística, esteve na Villa Médicis, em Roma, como bolseira da Academia Francesa. O seu romance Rosie Carpe (2001) foi distinguido com o Prémio Femina. Agora, em 2009, o Goncourt foi atribuído ao seu romance Trois femmes puissantes. Outras obras: En famille (romance, 1990), Papa doit manger (teatro), Tous mes amis (novela, 2004).
Segundo Pierre Assouline «elle a un univers bien à elle, sa propre langue, sa voix immédiatement reconnaissable au bout de trois lignes, trouvée et imposée dès ses premiers textes ; elle est distinguée à mi-chemin d’un parcours sans faute, fidèle à son absolu de la littérature, pour un bon livre déjà loué par la critique, porté par les libraires et plébiscité par les lecteurs.» Ver o texto integral aqui.
Terça-feira, 27 de Outubro de 2009
Historiador francês (Belleville-sur-Meuse, 17.8.1923 - Caen, 22.10.2009) criador do conceito de «história serial». «É uma história quantitativa globalizante que integra o facto histórico em séries homogéneas, de modo a estudar melhor a evolução de um determinado lapso de tempo, através de uma análise matemática», na formulação de António Leite da Costa na Enciclopédia Verbo. «Mas, para Pierre Chaunu, a História Serial engloba todas as histórias quantitativas, ultrapassando a tradicional história económica e a recente demografia histórica, partindo à conquista de outros domínios da História, onde, aparentemente, a utilização de séries e a sua interpretação matemática parecia ter menos cabimento. É, sobretudo, nos anos 60 e 70 que surgem, em França, teses demonstrativas do valor e da importância da História Serial. Desde a monumental tese do próprio Pierre Chaunu sobre Sevilha e o Atlântico, notável estudo de história económica onde se cruzam a história social e a história demográfica (...)»
Algumas obras: Séville et l'Atlantique, 1504-1650 (12 volumes, 1955-1960); L'Amérique et les Amériques de la préhistoire à nos jours (1964); La Civilisation de l'Europe classique (1966); L'Expansion européenne du XIIIe et XVe siècles (1969); La Civilisation de l'Europe des Lumières (1971); L'Espagne de Charles Quint (1973); Démographie historique et système de civilisation (1974); Histoire, science sociale (1974); De l'histoire à la prospective, (1975); La Mort à Paris, XVIe et XVIIe siècles (1978); Histoire quantitative, histoire sérielle (1978), Un futur sans avenir, Histoire et population (1979); Histoire et imagination. La transition (1980); Église, culture et société. Réforme et Contre-Réforme (1517-1620) (1980); Histoire et décadence (1981); Pour l'histoire (1984); Apologie par l'histoire (1988); Colomb ou la logique de l'imprévisible (1993); Des curés aux entrepreneurs : la Vendée au XXe siècle (2004); Le livre noir de la Révolution Française (2008).
Quarta-feira, 14 de Outubro de 2009
A «rentrée littéraire» dos franceses: romance e ensaio.
Domingo, 13 de Setembro de 2009
Fotógrafo francês (Paris, 14.10.1910 - ibid., 12.9.2009) que se distinguiu pelos seus expressivos instantâneos do quotidiano parisiense do pós-guerra, e cuja carreira, internacionalmente distinguida, foi paralela à dos seus contemporâneos Robert Doisneau e Cartier-Bresson. Os três integraram, aliás, logo em 1953, o grupo de fotógrafos franceses expostos pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Medalha de Ouro na Bienal de Veneza em 1957, Ronis foi galardoado, em 2007, com um Lucie Award, em Nova Iorque, pela sua carreira. Em França recebeu o oficialato da Ordem de Mérito Nacional.
Willy Ronis de viva voz aqui.
Ver fotos aqui.
Terça-feira, 11 de Agosto de 2009
Escritor francês (Paris, 19.1.1954 – ibid., 9.8.2009) que se distinguiu no domínio do «polar», designação francesa para o romance negro, após uma juventude de militância na extrema-esquerda trotskista e de se tornar ergoterapeuta, facto que o pôs em contacto com as misérias do corpo e da vida humana. O seu primeiro romance (apesar de publicado depois de Mémoire en cage, 1982) foi Le Bal des debris (1984), que justamente tem como pano de fundo um hospital geriátrico. Escreveu Thierry Jonquet: « J'écris des romans noirs. Des intrigues où la haine, le désespoir se taillent la part du lion et n'en finissent plus de broyer de pauvres personnages auxquels je n'accorde aucune chance de salut. Chacun s'amuse comme il peut». Seguiram-se Mygale (1984) e La Bête et la Belle (1985). Os seus livros mais aclamados foram, no entanto, Les Orpailleurs (1993), Moloch (1998) e Ad Vitam Aeternam (2002). Outras obras: Le Secret du Rabbin (1986), Le Manoir des immortelles (1986), Comedia (1988), Les gars du 16 (1988), Quelques dimanches en borde de Marne (1990), Un enfant dans la guerre (1990), Lapoigne et la fiole mystèrieuse (1993), La Vie de ma mère (1994), La Bombe humaine (1994), Le Témoin (1995), Rouge c’est la vie (1998), Votre histoire ne tient pas la route (2001), Mon vieux (2004).
Quarta-feira, 15 de Julho de 2009
Encenador e autor francês (Marselha, 14.7.1934 – Avignon, 12.7.2009) que iniciou o seu percurso de encenador e actor, em 1961, com a Nouvelle Compagnie d'Avignon, com a qual montou espectáculos com textos de Beckett, Ésquilo, Arrabal, Éluard e outros, como os autores da Beat Generation, antes de enveredar pela militância ideológica e política. Foi neste contexto que se iniciou o Festival «Off», em 1966, com Statues (1966), Napalm (1967), Zone rouge (1969), Le Petit Train de Monsieur Komodé (1969) ou Emballage (1969). O seu teatro começou a ser conhecido no mundo dos Estados Unidos à União Soviética, do Japão à Suécia. Desde 2007, Benedetto presidia à associação «Avignon Festival et Compagnies», Outras peças: La Madone des ordures (1973), Géronimo (1974), Esclarmonda (1974), Le Siège de Montauban (1974), Les Drapiers jacobins (1976), Fusillade à Montredon (1979), Le Monologue de Sonia (1980), Fin de journée (1986), Molière au coeur (1988), Un Autiste Un soir (1989), Squatt connection (1990), L'Acteur loup (1990), Nous les Eureupéens (1992), Acteur Sud (1994), Fleur du béton (1995), Le Banquet de Macbeth (1996).
Quinta-feira, 25 de Junho de 2009
A propósito da passagem, em Abril passado, dos 150 anos da morte de Tocquville, divulgamos de seguida um texto incluído no último volume impresso de Annualia.
Alexis de Tocqueville
por Paulo Tunhas
da Universidade Fernando Pessoa
Não há, apesar das suas aporias, aparentes contradições e efectiva complexidade, ou talvez por causa disso mesmo, melhor guia para entender os tempos presentes do que a obra de Alexis de Tocqueville (1805-1859). Tocqueville foi certamente quem melhor diagnosticou a tendência geral da evolução das sociedades ocidentais, uma tendência marcada pelo advento da democracia e do igualitarismo, em contraste com a diferenciação aristocrática dos tempos precedentes à revolução francesa, mas anunciada já pela centralização administrativa encetada pela monarquia.
O método tocquevilliano, tanto nos dois tomos de De la démocratie en Amérique (1835, 1840) como em L’Ancien Régime et la Révolution (1856), é um método de contrastes. Contraste entre as «épocas aristocráticas» e as «épocas democráticas», entre a liberdade e o despotismo, entre a paixão da liberdade e a paixão da igualdade, entre a estabilidade e a instabilidade, entre os Estados Unidos e a França. No centro, apesar de nomeada apenas a espaços, a Inglaterra, aristocrática e livre, mas contendo em si elementos de democracia, responsável, como Tocqueville insiste, por várias tradições que os Estados Unidos viriam a renovar.
Contrastes (bem como semelhanças) encontram-se não apenas no método como no objecto estudado: as sociedades aristocráticas são sociedades de contrastes entre as várias «classes» ou «castas», as sociedades democráticas, adversárias da diversidade, tudo homogeneízam e assemelham. É sobretudo nestas que a atenção de Tocqueville se concentra: as sociedades democráticas, em virtude do impulso centralizador que lhes é intrínseco, e que Tocqueville analisa em detalhe, procedem a uma uniformização e a uma igualitarização de toda a vida comum, que é acompanhada por uma regimentação tendencialmente integral da vida individual e por um concomitante isolamento dos indivíduos, separados de toda a vida política. Movimento geral ao qual a própria linguagem – cada vez mais abstracta e divorciada de qualquer referência concreta – não escaparia. A linguagem abstracta, favorecendo as ideias gerais, é ela própria um poderoso veículo de uniformização e de desatenção ao particular, de substituição da sociedade efectiva por uma sociedade imaginária, esplendidamente indiferente à rugosidade da realidade. A arte dos povos democráticos – Tocqueville tem sobretudo em vista o romantismo francês – exprime na perfeição esse movimento de desrealização do singular e o fanatismo propagandístico que lhe é concomitante. A colocar ainda na lista dos malefícios da uniformização, a perda de qualidade e de individualidade dos artefactos, bem como a degradação do homem, que não se pertence já a si mesmo mas à profissão que escolheu. O próprio conceito de honra, na exacta medida em que supõe, como condição de possibilidade da sua existência, a divisão estratificada dos grupos sociais, tenderia a desaparecer em virtude da uniformização dos comportamentos.
A transformação da sociedade numa superfície plana, inerme e indiferenciada, contraposta a um Estado uno e senhor de todo o poder, mas representando a maioria, exprime o resultado de um movimento inevitável dos povos em direcção à igualdade. «Despotismo democrático»: Tocqueville forja a expressão com toda a prudência, servindo-se do vocabulário tradicional. A coisa é nova, mas Tocqueville recusa-se, em parte por aristocrática desconveniência com a linguagem abstracta, a dar-lhe um nome absolutamente novo. Em todo o caso, o significado é claro: movimento simultâneo de despossessão política do indivíduo e de máxima privatização das suas acções, sabiamente reguladas por um poder tutorial (infantilizador, poder-se-ia acrescentar) e omnipresente, um poder tutelar «absoluto, detalhado, regular, previdente e doce»; paixão servil pelo funcionarismo público (o «desejo universal e imoderado das funções públicas»); glacial homogeneidade e indistinção de indivíduos paradoxalmente isolados uns dos outros, ao mesmo tempo semelhantes e reciprocamente surdos e indiferentes, numa similaridade incomunicante; imersão da sociedade numa mediocridade que tudo nivela; massificação (é, de facto, a palavra que convém) do gosto; tirania da opinião pública; criação de uma sensibilidade universal e untuosa, exprimindo um amor abstracto pela humanidade, um lirismo administrativo dos sentimentos.
Esta tendência natural das sociedades democrático-igualitárias para o despotismo democrático, sendo poderosa, não é, no entanto, fatal. De la démocratie en Amérique mostra como uma série de dispositivos – a descentralização administrativa (compatível com uma necessária centralização governamental), bem como a criação de um conjunto de entidades mediadoras entre o indivíduo e o Estado, e a própria religião (separada do poder político) – pode servir de antídoto ao movimento indiferenciador da democracia e preservar uma liberdade em risco. O essencial reside na divisão do poder social, uma divisão que é natural nas sociedades aristocráticas, mas que manifestamente repugna às sociedades democráticas e niveladoras. A divisão do poder social é a operação fundamental da liberdade, e Tocqueville explora as suas possibilidades em detalhe. O amor da indivisão dos poderes é o amor despótico por excelência, que traz consigo um gosto perverso e funcionário pela uniformidade. Trata-se de procurar a todo o custo que a paixão da liberdade sobreviva à torrente igualitária (notando-se, no entanto, que a paixão da igualdade é ela própria dupla: simultaneamente viril – e, assim, podendo dar aos homens o gosto das instituições livres -- e degradada). Só assim o despotismo larvar do corpo social democrático poderá ser combatido.
Os Estados Unidos dar-nos-iam exactamente o exemplo, necessariamente incerto, imperfeito e perecível, de uma tal preservação da liberdade, que constituiria a «ciência política» (no sentido tocquevilliano de regra da acção pública) dos povos democráticos livres. Convém efectivamente sublinhar este aspecto: Tocqueville não diz nunca que a democracia é, em si, incompatível com a liberdade: apenas diz que, deixada à sua marcha natural, ela tende a obliterar a paixão da liberdade que igualmente a constitui e rapidamente se torna inimiga da liberdade. A liberdade que sobreviverá nela, que ela recriará ao seu modo, será o produto não do instinto igualitário mas da arte humana, da «acção lenta e tranquila da sociedade sobre si mesma», e manifestar-se-á, entre outras coisas, na actividade exercida pelas associações de cidadãos, pela imprensa livre (amada sobretudo pelos males que evita) ou pela autonomia do poder judiciário. A tendência à divisão e a tendência à união devem coexistir, em estado de equilíbrio, e o federalismo exprime esse equilíbrio. São ainda indispensáveis à arte da liberdade a defesa dos poderes comunais, essenciais na criação do espírito de liberdade (o espírito, tal como os costumes o traduzem, é mais importante ainda do que as leis) e o respeito pelos formalismos e pelos direitos individuais. Tal arte – uma arte que muito deve à herança inglesa da liberdade -- consistirá, entre outras coisas, em fazer com que o homem não mergulhe absolutamente na esfera privada, na esfera do individualismo, e venha a interessar-se, não por instinto, mas por reflexão, pela coisa pública. O célebre «interesse bem entendido» de que fala Tocqueville, o amor esclarecido de si mesmo («doutrina pouco elevada, mas clara e segura»), servindo de antídoto ao individualismo democrático, participa desta arte.
Numa língua de uma perfeita beleza e extraordinária acuidade, cruzando a Filosofia política – uma filosofia política alicerçada numa antropologia das paixões --, a História e a Sociologia, dotado de uma excepcional capacidade prognóstica, Tocqueville é, como se disse anteriormente, o melhor guia possível para a sociedade contemporânea. Ninguém como ele previu (e antecipadamente descreveu) o advento de um Estado tutelar e minuciosamente inquiridor dos actos privados dos indivíduos – não de uns poucos, como nas tiranias antigas, mas de todos --, um Estado preceptor, cioso de decidir por nós o que nos convém e desconvém, o benéfico e o contraproducente, sem ter em conta os nossos desejos e vontades. Sem poder adivinhar os horrores mais radicais do século xx, Tocqueville pôde, no entanto, conceber o que mais se assemelha ao totalitarismo no contexto dos doces humores democráticos: a abdicação da liberdade de pensar e agir, a subordinação maciça à «opinião pública», a vitória da servidão inspirada pela paixão absorvente da igualdade, muito mais poderosa do que a paixão da liberdade. Isso e o esquecimento militante do passado e da tradição em benefício exclusivo de um presente imediato e irreflectido, fechando cada homem no interior do seu próprio coração, comandado apenas pelo desejo «ardente, tenaz, contínuo» (pensar-se-ia ler Hobbes) de avançar; e, ao mesmo tempo, uma «indiferença completa e brutal em relação ao futuro». Mas pôde igualmente, sobretudo no seu retrato dos Estados Unidos – simultaneamente indício dos tempos a vir e parcial solução para os males desses tempos --, sugerir a possibilidade de, no seio da democracia, a humanidade poder manter um módico de liberdade resistente à paixão da igualdade. Se o caminho para a igualdade é inexorável, convém a todo o custo que lutemos para minimizar as suas mais terríveis consequências. No fim de contas, o desenvolvimento dos costumes e das instituições democráticas é o único meio que nos resta para permanecermos livres. Um retorno – impossível, de resto -- à aristocracia, obrigar-nos-ia a algo inaceitável: «fundar a desigualdade em princípio».
A acabar. Uma evocação, mesmo que breve, de Tocqueville, não pode deixar passar em silêncio esse livro maravilhoso, os Souvenirs (escritos em 1850-1851 e publicado postumamente), onde são retratadas as jornadas de 1848 e a sua passagem pelo Ministério dos Estrangeiros sob Luís-Napoleão. Talvez mais ainda que nas outras obras, toda a sensibilidade de Tocqueville à maneira como as instituições do passado vão perdendo sentido, ou se vêem afectadas de sentidos novos, se exibe na perfeição. Um livro que não contém uma só linha que seja banal e não ilumine um ou outro aspecto da história e dos motivos da acção humana.
Quarta-feira, 13 de Maio de 2009
Actor e encenador francês, também realizador e argumentista (Saint-Chamond, Loire, 12.9.1931 – Paris, 12.5.2009), mais conhecido do público internacional pelos filmes Lautrec e Louis, enfant roi que escreveu e dirigiu em 1993 e 1998, respectivamente. Já intérprete de Shakespeare, Courteline, Ionesco e Molière, fundou em 1952 o Théâtre de la Comédie, em Lyon, e dirigiu, a partir de 1957, o Théâtre de la Cité (em Vileurbane), transformado em Théâtre National Populaire em 1972, onde permaneceu durante três décadas, tendo recusado mesmo dirigir a Comédie-Française. Em 2006 foi muito aplaudida a sua encenação de O génio da floresta de Tchekov. Até pouco antes de morrer, interpretava a peça Amédée de Ionesco. Em 2003, publicou um volume de memórias intitulado Apprentissages. No cinema, realizou também Dandin (1987), baseado em Molière, e participou em vários outros como Le retour de Martin Guerre (1982, de Daniel Vigne).
Quarta-feira, 22 de Abril de 2009
Poeta e tradutor belga (Bruxelas, 3.5.1913 – 20.4.2009). Formado em Românicas, esteve em Espanha (1934-1935), onde descobriu os manuscritos de dez Autos Sacramentais de Calderón de la Vega, poeta que traduz, entre muitos outros de língua espanhola (Carrera Andrade, Huidobro, Alonso, Juarroz , Diaz-Casanueva, Pizarnik, Silva Estrada, del Cabral, Gonzalez de León, Vallejo, Tenca, Porchia, Cross), que também antologiou e editou. Fundador, em 1939, dos Cahiers Nouveaux de France et de Belgique, e, dez anos depois, da editora Le Cormier. Em 1954 criou o Centre International d'Études Poétiques e a publicação que lhe esteve associada, além de uma Biblioteca Internacional de Poesia, que, extinto o centro em 1990, está hoje na Biblioteca Real Alberto I. Fernand Verhesen sucedeu, em 1973, a Paul-Henri Spaak na Academia da Língua. Foi distinguido com o Prémio Émile Bernheim (1996) e o Prémio Albert Mockel (1998).
Algumas obras: Fontaine aux mensonges (poesia, 1939), Passage de la terre (poesia, 1940), Le Temps caché, (poesia, 1940), Le jour naturel (poesia, 1947), Voir la nuit (poesia, 1947), Les Clartés mitoyennes (poesia, 1978), L'Archée (poesia, 1981), Secrète assonance (poesia, 1990), Lieu d'être (poesia, 1991), Propositions (ensaio, 1994), L'Instant sans appel (poesia, 1996), Nulle part, ici (poesia, 2001), À la lisière des mots (ensaio, 2003).
Quarta-feira, 15 de Abril de 2009
Escritor francês (Paris, 23.4.1918 – ibid., 14.4.2009), em cuja ascendência se contam o poeta Charles Cros e o romancista Joseph Kessel, com quem compôs, em 1943, o célebre Chant des Partisans. Saíu de França em 1942 (passando por Espanha e Portugal) para se juntar à resistência em Londres. Foi ajudante-de-campo do general d’Astier de La Vigerie, ocupando outros cargos e desempenhando missões diversas até ao final da guerra. Consagrado à carreira literária, recebeu o Prémio Goncourt (1948) pelo romance Les Grandes Familles, a primeira de numerosas distinções literárias e não literárias, como a Grã-Cruz da Legião de Honra. Em 1966 foi eleito para a Academia Francesa (ocupando a cadeira de Georges Duhamel), da qual era actualmente Secretário Perpétuo honorário.
Algumas obras: Lettres d’un Européen (ensaio, 1944), La Dernière Brigade (romance, 1946), Les Grandes Familles (romance, 1948), La Chute des corps/ Les Grandes Familles II (romance, 1950), Rendez-vous aux enfers/ Les Grandes Familles III (romance, 1951), Remarques (1952), Un voyageur (comédia em um acto, 1952), Le Coup de grâce (melodrama em três actos, com J. Kessel, 1953), La Reine étranglée/ Les Rois maudits II (romance, 1955), Le Roi de fer/ Les Rois maudits I (romance, 1955), Les Poisons de la couronne/ Les Rois maudits III (romance, 1956), La Loi des mâles/ Les Rois maudits IV (romance, 1957), Alexandre le Grand (romance, 1958), La Louve de France/ Les Rois maudits V (romance, 1959), Le Lis et le Lion/ Les Rois maudits, VI (romance, 1960), Théâtre (1963), Les Mémoires de Zeus (romance mitológico, 1963), Bernard Buffet (ensaio, 1964), Paris, de César à Saint Louis (ensaio, 1964), Le Pouvoir (notas e máximas. 1965), Le Bonheur des uns (novelas, 1967), L’Avenir en désarroi (ensaio, 1968), Lettres d’un Européen et Nouvelles Lettres d’un Européen, 1943-1970 (ensaio, 1970), La Parole et le Pouvoir (1974), Œuvres complètes, 25 volumes (1977), Quand un Roi perd la France/ Les Rois maudits VII (romance, 1977), Réformer la démocratie (1982), La Culture et l’État (1985), Lettre aux Français sur leur langue et leur âme (1994), Circonstances (1997, 1998 e 1999), La France aux ordres d’un cadavre (2000), Ordonnances pour un État malade (2002), Mémoires. L'aurore vient du fond du ciel (2006).
Quinta-feira, 26 de Março de 2009
Escritor e produtor cinematográfico francês (1944 – Paris, 24.3.2009), autor de vários best-sellers, nomeadamente La nuit des enfants du roi (1992), que está a ser transposta para cinema, e Maîtres du pain (1993), adaptada para televisão. A sua escrita é rápida e visual. Alguns dos seus romances assumem o registo do fantástico, nomeadamente L’empereur des rats (1997), seguido de Le Prince héritier (1998), no qual põe em acção ratos transgénicos. A obra de Lentéric centra-se, em boa parte, na luta eterna entre o bem e o mal. A sua última obra, Toutes les femmes me quittent (2005), tem, no entanto, carácter autobiográfico.
Alguns outros títulos: La gagne (1980), La guerre des cerveaux (1986), a trilogia Les Enfants de Salonique (1989-2001), La fortune des Laufer (1996), L’ange Gabriel (1999), Voyante (2001), Le secret (2001), Vol avec effraction douce (2002), Hiram le bâtisseur de Dieu (2003; traduzido para português com o título Nos Segredos do Templo de Salomão, publicado pela Bertrand), La Guerre des cathédrales (2003) e Les chemins de la gloire (2004).
Terça-feira, 17 de Março de 2009
Sociólogo marroquino que se destacou sobretudo no campo literário (El Jadida, 1938 – Rabat, 16.3.2009). A sua bibliografia inicia-se com a obra Le roman maghrébin (1969), a tese que defendeu na Sorbonne. Khatibi foi romancista, poeta, ensaísta, dramaturgo e historiador de arte, tendo também dirigido a revista Signes du Présent. Destacou-se como uma das grandes figuras intelectuais do seu país, e uma das mais conhecidas, por ser presença assídua da imprensa. Escritor audacioso e inovador, abordou questões sociológicas e estéticas relacionadas com o bilinguismo e o biculturalismo. Ensinou na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da Universidade Mohammed V, em Rabat. A sua obra compreende, entre outros, os seguintes títulos: La mémoire tatouée (1971), La Blessure du nom propre (1974), L'Art calligraphique arabe (1976; com M. Sijelmassi), Le livre du sang, (1979), Le Prophète voilé(1979), De la mille et troisième nuit(1980), Amour bilingue (1983), Maghreb pluriel (1983), Le même livre(1985, com J. Hassoun), Dédicace à l'année qui vient (1986), Ombres japonaises (1988), Un été à Stockholm, (1991), La langue de l'autre (1999), Voeu de silence (ensaio sobre Rilke, 2000), Féerie d'un mutant (2005). Jacques Derrida, en effet, publicado em 2008, revela o diálogo filosófico que o autor manteve com Derrida ao longo dos anos. Khatibi foi distinguido com o Grande Prémio da Academia Francesa (1994), o Grande Prémio de Marrocos (1998), o Prémio da África Mediterrânica/Magrebe (2003) e o Prémio da Associação francesa «Homens de Letras», pelo conjunto das sua obra poética.
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