Poeta e tradutor belga (Bruxelas, 3.5.1913 – 20.4.2009). Formado em Românicas, esteve em Espanha (1934-1935), onde descobriu os manuscritos de dez Autos Sacramentais de Calderón de la Vega, poeta que traduz, entre muitos outros de língua espanhola (Carrera Andrade, Huidobro, Alonso, Juarroz , Diaz-Casanueva, Pizarnik, Silva Estrada, del Cabral, Gonzalez de León, Vallejo, Tenca, Porchia, Cross), que também antologiou e editou. Fundador, em 1939, dos Cahiers Nouveaux de France et de Belgique, e, dez anos depois, da editora Le Cormier. Em 1954 criou o Centre International d'Études Poétiques e a publicação que lhe esteve associada, além de uma Biblioteca Internacional de Poesia, que, extinto o centro em 1990, está hoje na Biblioteca Real Alberto I. Fernand Verhesen sucedeu, em 1973, a Paul-Henri Spaak na Academia da Língua. Foi distinguido com o Prémio Émile Bernheim (1996) e o Prémio Albert Mockel (1998).
Algumas obras: Fontaine aux mensonges (poesia, 1939), Passage de la terre (poesia, 1940), Le Temps caché, (poesia, 1940), Le jour naturel (poesia, 1947), Voir la nuit (poesia, 1947), Les Clartés mitoyennes (poesia, 1978), L'Archée (poesia, 1981), Secrète assonance (poesia, 1990), Lieu d'être (poesia, 1991), Propositions (ensaio, 1994), L'Instant sans appel (poesia, 1996), Nulle part, ici (poesia, 2001), À la lisière des mots (ensaio, 2003).
Compositor belga (Malmédy, 1929 – Bruxelas, 6.3.2009) que fez os seus estudos musicais superiores nos Conservatórios de Liège e Bruxelas, entre 1947 e 1953, enveredando pelo serialismo, nomeadamente pelo dodecafonismo mais ortodoxo, filiação que viria mais tarde a diluir, mercê de uma personalização maior da sua música, bem como da sua actividade de investigador. Em Bruxelas, fundou a associação «Musiques Nouvelles» e o agrupamento com o mesmo nome. Depois de Scambi (1957), uma peça determinante na história da «obra aberta», na medida em que possibilitava aos espectadores a audição de versões diferentes através da alteração da ordem das sequências, fundou o Studio de Musique électronique de Bruxelles (1958), frequentando instituições congéneres em Milão e Colónia, na tentativa de conciliar as possibilidades da música electrónica com a sua preocupação em produzir uma música viva que, simultaneamente, concedesse liberdade de acção ao intérprete. Escreveu com Michel Butor a obra Votre Faust, que permitiria a intervenção do acaso (música aleatória) através da participação dos espectadores. Leccionou em Darmstadt, Basileia, Colónia, Buffalo e Liège, de cujo Conservatório foi nomeado em 1975. Na Universidade de Liège criou o Centre de Recherches musicales de Wallonie. Organizou, em 1971, Midi-Minuit (Palácio de Congressos de Liège), cuja repercussão internacional continuaria em obras como Le temps des cerises e Jardin d'espoir wallon (1973). Henri Pousseur foi então escolhido pelo governo francês para supervisionar a reforma dos estudos musicais em França, contribuindo para o lançamento do Instituto de Pedagogia Musical, primeiro elemento da Cité de la Musique, em La Vilette, Paris.
Catálogo
Discografia
Bibliografia
Escritor belga de língua francesa (Conjoux, 1924 - 14.7.2008), formado em Filologia Românica e autor de uma obra vasta e multifacetada que inclui a poesia, o ensaio e a ficção, esta abrangendo vários géneros -- das evocações históricas ao reenquadramento dos mitos, passando pela reescrita do Robinson Crusoe -- mas fazendo ressoar neles uma busca filosófica relacionada com a sua noção de mal-estar existencial. Extremamente consciente da sua arte e também músico, manipula as palavras com o rigor de um Bach, que muito admira, concentrando-se no estilo e na formulação. Entre outras distinções, recebeu o Prémio Rossel e o Grande Prémio da Federação Internacional dos Escritores de Língua Francesa.
Obras: Géométrie de l’absence (1969), Sept machines à rêver (1974), La femme de Putiphar (1975), Ecrits de la caverne (1976), Portrait d’un dépossédé (1978), L' Office des Ténèbres (1979), Les Griffes de l'ange (1981), La Constellation du serpent (1984), Je soussigné Charles le Téméraire (1985), Robinson 86 (1986), De l’art de parler en public pour ne rien dire (1987), Lieux de l’extase (1993), Une enfance en Condroz (2000), La musique énigmatique (2003), Lux Mea, anthologie poétique et arbitraire (2004), Je soussigné Louis XI (2005), Caroline et Monsieur Ingres (2006).