Artista plástica norte-americana (Cleveland, 24.8.1926 – Nova Iorque, 18.10.2009) que iniciou a sua carreira em Chicago, onde estudou, vindo para a Europa, em 1959. Em Paris, onde se fixou, tomou contacto com o pensamento existencialista, que a sua pintura de algum modo começou a reflectir. De novo nos EUA, em 1964, a sua arte adquiriu o cariz de intervenção política que os tempos exigiam, assumindo, por exemplo, uma posição relativamente à Guerra do Vietname. O seu trabalho combina desenho, pintura, colagem, gravura, etc., e dele emerge uma visão particular da figura feminina, sobretudo a partir de meados dos anos 70, orientando-se para um combate feminista, que atanto abordou a violência e a exclusão das mulheres, como o seu heroísmo libertário. No último quartel do século XX, a sua pintura ganhou visibilidade, na medida em que combinou o empenhamento social com o tipo de expressão artística de que se tinha mantido afastada, o minimalismo por exemplo. Em 1992, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque mostrou uma retrospectiva do seu trabalho, além de ter sido incluída em várias mostras, nos EUA e na Europa.
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Anos 70 - Atravessar Fronteiras
Fundação Calouste Gulbenkian/
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
de 9 de Outubro de 2009 a 3 de Janeiro de 2010
«Nesta exposição mostra-se a produção artística portuguesa da década de 70, uma época particularmente fecunda para a história da cultura e das artes visuais em Portugal, marcada por uma fortíssima carga política inspirada pela Revolução do 25 de Abril de 1974 e pela vivência dos primeiros anos de democracia. São apresentadas obras de cerca de 90 artistas portugueses que traduzem a assunção de uma ideologia de experimentação (estética, plástica, formal), uma enorme variedade de orientações (materiais e plásticas) e linguagens, desde as tradicionais pintura e escultura, até à performance, à instalação, bem como à consagração da fotografia e da imagem em movimento».
Notícia aqui.
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«Neofigurativa no modo como trabalha livremente o corpo humano até ao esgotamento da sua integridade antropomórfica, no modo como torna operatórias as noções de metamorfose e fragmentação, no modo como actualiza o bestiário — fantástico ou doméstico —, através de uma interrogação acerca dos limites do Humano e do Animal, ora fazendo-o a partir da rememoração das tradições populares, ora reescrevendo-o a partir da tradição literária erudita, herdeira da poética surrealista, a obra de Paula Rego estende-se por grandes ciclos narrativos ou cenográficos, com preferência pelos formatos monumentais. A diversidade de técnicas e gestos que pratica (colagem, gravura, pastel, óleo...) é unificada pela permanência de uma linguagem expressionista — violenta quase sempre, a tocar os limites da perversão, por vezes —, que se afirma na mutilação, na distorção dos corpos, na ambiguidade das cenas retratadas — na fusão do imaginário infantil com os fantasmas, no sentido psicanalítico do termo, do universo adulto, na fusão intricada das coordenadas temporais, do passado e do presente, da experiência vivida à memória — tudo isto sublinhado por uma sofisticação cuidada no tratamento das cores e das texturas (...)».
Ana Filipa Candeias em Enciclopédia Verbo-Edição Século XXI, vol., 24, Lisboa, Setembro de 2002 (excertos)
Pintor português (Anêlhe, Vidago, 1934 - Lisboa, 5.9.2009). Sobre João Vieira escreveu Luísa Soares de Oliveira na Enciclopédia Verbo, texto de que transcrevemos aqui um excerto:
«As suas primeiras obras representavam cenas rurais ou de pesca; insatisfeito com o que então produzia, João Vieira, em 1954-1955, deixou de desenhar e de pintar e isolou-se em Trás-os-Montes durante um ano. Em 1956, trabalhou num atelier de publicidade, ao mesmo tempo que recomeçava lentamente a pintar. Surgiu então uma imagem quase obsessiva — uma mulher à janela com os braços cruzados — que, pouco a pouco, se iria transformar nos primeiros signos tipográficos da obra de João Vieira: o O, o M e o U (por simetria), o I e o X, ainda antropomórficos e cheios de simbolismo. O pintor partiu depois para Paris (1957-1959), onde esses mesmos signos se esvaziariam de todo o valor simbólico. Em 1959-1960, recebeu uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian; foi também durante estes anos que aderiu ao grupo KWY e que colaborou na revista do mesmo nome. Em 1960-1901, ainda em Paris, descobre a Action Painting com a consequente negação do centro do quadro, e a pintura de Dubuffet, Estève e Bissier; estudou também caligrafia. A partir de então, a gestualidade passou a tomar uma importância cada vez maior na sua pintura, em prejuízo da cor que, por vezes, quase desaparece. João Vieira pinta poemas ou fragmentos de poemas — aliás, sempre apreciou literatura (Ângelo de Lima, Camilo Pessanha, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro) e se preocupou com a língua portuguesa —, nem sempre legíveis, o que confere a cada ideograma representado uma qualidade expressiva fundamental.»
Ver reacções à morte de João Vieira no Público.
«Como forma de agradecimento pela obra e pensamento de Fernando Lanhas, decidiu o Clube Literário do Porto homenagear mais um grande artista desta Cidade, um dos maiores nomes da arte portuguesa do Século XX.
Nascido no Porto, em 1923, é um homem de múltiplos interesses, arquitecto de formação, pintor, desenhador, poeta, arqueólogo, astrónomo, etnólogo, paleontólogo, coleccionador, etc.
A sua pintura introduziu o abstraccionismo em Portugal a partir de finais
dos anos 40, tendo desenvolvido ao longo da sua carreira, uma concepção
original da pintura.
Muito mais se poderia dizer sobre Fernando Lanhas, mas prefere o Clube
Literário do Porto, convidar o público em geral a visitar este espaço e
participar no mês de actividades que pretende organizar em sua homenagem, em simultâneo com a mostra que fará, alusiva à sua obra literária e ao seu pensamento.
A exposição inaugura a 5 de Setembro de 2009 pelas 16h00 e poderá ser
visitada de Segunda a Domingo, das 09h00 à 01h00 da manhã (entrada livre).»
Escultor, museólogo e historiador de arte português (Vila Nova de Gaia, 22.11.1889 - Lisboa, 19.2.1959) que viajou por toda a Europa e viveu durante muitos anos em Paris. Em 1944 foi nomeado director do Museu Nacional de Arte Contemporânea (hoje Museu do Chiado). Como escultor, concorreu a exposições colectivas e realizou algumas exposições individuais em Portugal, e a sua obra encontra-se espalhada por edifícios e praças públicas, museus e colecções particulares. Como museólogo a sua obra é considerável, mas foi sobretudo como crítico, historiador e cronista que se distinguiu. Deixou uma obra vasta sobre temas de arte e ainda milhares de páginas dispersas.
Ver biografia na página do Centro de Arte Moderna.
Obras de Diogo de Macedo na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.
A Academia Nacional de Belas Artes (ANBA) distinguiu a pintora Maria Keil, 94 anos, com o Grande Prémio Aquisição/2009 (via Público).
Maria Keil é uma pintora e desenhadora portuguesa (n. Silves, 1914). Em 1937 colaborou nas decorações do Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, passando a participar regularmente nos Salões de Arte Moderna (Prémio Souza-Cardoso em 1941) e nas Exposições Gerais de Artes Plásticas. Além de retratos e naturezas-mortas, realizou decorações murais, cenários, figurinos, ilustrações e trabalhos de natureza publicitária. Na década de 1950 fez trabalhos com azulejos de revestimento, tendo realizado a partir de 1957 alguns painéis para as estações do metropolitano de Lisboa, trabalho que continuou na década de 1980. Em 1985 realizou-se em Lisboa uma importante exposição retrospectiva da sua obra.
Painel de Maria Keil na Avenida Infante Santo
Documentação, fotografias, correspondência: provas da estreita relação que Alberto de Lacerda manteve com Vieira da Silva e Arpad Szenes.
Até 5 de Julho na Fundação Arpad Szenes/ Vieira da Silva, em Lisboa.
Alberto de Lacerda, perto e longe
Jorge Colaço
(texto publicado em Annualia 2008-2009)
Inaugurou na Biblioteca Nacional uma exposição de Manuela Madureira, intitulada Pluralidade na Escultura, patente até 9 de Abril.
Uma visão de conjunto da obra de Manuela Madureira foi publicada em álbum pela Editorial Verbo.
Escultura representando António Aleixo, em Loulé
Ver mais em www.lagoahenriques.com
José Manuel dos Santos, Adam Budak, Claude Bussac, João Queiroz e Manuel Costa Cabral. O trabalho com que o jovem artista se apresentou a concurso chama-se
Campo de" Fiori (Parte I: O Edifício Iluminado; Parte II: Monumento à Unificação).
André Romão (n. 1984) é licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, André Romão frequentou os cursos de Pintura da Accademia di Belle Arte di Brera, Milão, e do Ar.Co, em Lisboa.
Pode ver outros trabalhos de André Romão aqui.