A obra de Flaubert constitui, no campo do romance, um paradigma da literatura do realismo, quer pela crítica implícita dos universos e modelos românticos, quer pelas suas qualidades intrínsecas de estilo, aspecto em que Flaubert foi um perfeccionista.
A sua primeira obra de fôlego, que lhe levou anos de laboriosa composição, foi Madame Bovary (1857), romance que lhe valeu acusações e condenações morais, mas que estabeleceu um verdadeiro modelo de heroína, que tantas repercussões haveria de ter na ficção europeia: a história de uma mulher em que a vivência interior moldada pela sentimentalidade do romantismo ficcional se sobrepõe ao casamento, terminando a ilusão em catástrofe.
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