Bailarino francês que revolucionou a dança e se tornou um dos maiores nomes da coreografia contemporânea (Marselha, 1.1.1927 - Lausanne, 22.11.2007).
Estreou-se em 1945 na ópera de Marselha e praticou, durante dez anos, a chamada «dança clássica», que lhe deu uma técnica perfeita. Insatisfeito, compreendeu que o
ballet é apenas a forma condensada de uma arte com múltiplas possibilidades. Em 1955, com Symphonie pour un homme seul, interpretada por ele com música concreta, dá-se a revelação. A dança passa a ser a expressão de um drama: o do homem do século xx em face das suas próprias angústias. Virando as costas à Academia, dirigiu o Ballet du XXième Siècle no Théâtre Royal de la Monnaie, de Bruxelas, e depois o Ballet Lausanne, renomeado Béjart Ballet Lausanne, explorando todos os recursos da arte coreográfica, arriscando-se, por esse motivo, a voltar a utilizar os elementos da dança clássica, que lhe parecem definitivos (Boléro, Suite Viennoise, IX Sinfonia, Romeu e Julieta).
Maurice Béjart criou uma nova fórmula de espectáculo total, ligando à dança obras líricas ou teatrais: A Viúva Alegre, A Danação de Fausto, La Reine verte e Messe pour le temps présent que, pela liberdade formal de reunir ballet, cantata e mimodrama, foi objecto de muitas controvérsias. Num dos seus espectáculos, Baudelaire, faz a fascinante apologia do «poeta maldito», onde música de Wagner, havaiana e psicadélica alterna com trechos do poeta francês. Entre as suas últimas coreografias contam-se Ring um den Ring (1990), MutationX (1998), Mère Teresa et les enfants du monde (2002), Ciao Federico (sobre Fellini, 2003), Zarathoustra (2006). O seu último trabalho, cuja estreia está marcada para Dezembro, chama-se Volta ao Mundo em 80 Dias. Maurice Béjart foi distinguido pelo imperador japonês Hirohito com a Ordem do Sol Nascente (1986), nomeado Grande Oficial da Coroa (1988) pelo rei belga Balduíno, e eleito em 1994 membro da Academia francesa das Belas Artes. [www.bejart.ch]