TÍTULOS | PRIMEIRAS REPRESENTAÇÕES |
Henrique VI | 1589/92 |
The Comedy of Errors | 1592/93 |
Ricardo III | 1592/93 |
The Taming of the Shrew | 1593/94 |
The Two Gentleman of Verona | 1594/95 |
Love's Labour Lost | 1594/95 |
Romeo and Juliet | 1594/95 |
A Midsummer Night’s Dream | 1595/96 |
Richard II | 1595/96 |
The Merchant of Venice | 1596/97 |
King John | 1596/97 |
Henrique IV | 1597/98 |
Much Ado About Nothing | 1598/99 |
Henry V | 1598/99 |
As You Like It | 1599/1600 |
Julius Caesar | 1599/1600 |
Hamlet | 1600/01 |
The Merry Wives of Windsor | 1600/01 |
Twelfth Night | 1601/02 |
Troilus and Cressida | 1601/02 |
All´s Well That Ends Well | 1602/03 |
Othello | 1604/05 |
Measure for Measure | 1604/05 |
King Lear | 1605/06 |
Macbeth | 1605/06 |
Antony and Cleopatra | 1606/07 |
Coriolanus | 1607/08 |
Timon of Athens | 1607/08 |
Pericles | 1608/09 |
Cymbeline | 1609/10 |
The Winter's Tale | 1610/11 |
The Tempest | 1611/12 |
The Two Noble Kinsmen | 1612/13 |
Henrique VIII | 1612/13 |
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Hamlet. To be, or not to be — that is the question:
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them. To die — to sleep —
No more; and by a sleep to say we end
The heartache, and the thousand natural shocks
That flesh is heir to. 'Tis a consummation
Devoutly to be wish'd. To die — to sleep.
To sleep — perchance to dream: ay, there's the rub!
For in that sleep of death what dreams may come
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause. There's the respect
That makes calamity of so long life.
For who would bear the whips and scorns of time,
Th' oppressor's wrong, the proud man's contumely,
The pangs of despis'd love, the law's delay,
The insolence of office, and the spurns
That patient merit of th' unworthy takes,
When he himself might his quietus make
With a bare bodkin? Who would these fardels bear,
To grunt and sweat under a weary life,
But that the dread of something after death —
The undiscover'd country, from whose bourn
No traveller returns — puzzles the will,
And makes us rather bear those ills we have
Than fly to others that we know not of?
Thus conscience does make cowards of us all,
And thus the native hue of resolution
Is sicklied o'er with the pale cast of thought,
And enterprises of great pith and moment
With this regard their currents turn awry
And lose the name of action...
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«Ser ou não ser, eis a questão! O que será mais nobre para o espírito humano: sofrer os ataques e as frechadas da fortuna adversa, ou pegar em armas contra um mar de dores e, enfrentando-as, pôr-lhes termo? Morrer... dormir; mais nada! E dizer que se acaba com as penas do coração e mil choques de que é herdeira a carne! Eis um fim a desejar ardentemente. Morrer... dormir! Dormir... Sonhar talvez! Aí é que está o problema! Porque há que pensar nos sonhos que virão nesse sono da morte, quando nos libertarmos desta mortal crisálida! É este raciocínio que nos leva à desgraça de uma vida tão longa! Pois quem suportaria as chicotadas e o desprezo do mundo, a injúria do opressor, a afronta do soberbo, as ferroadas do amor incompreendido, as delongas da justiça, a insolência dos funcionários e o coice que o mérito paciente recebe dos indignos, quando se podia buscar repouso com a ponta de um punhal? Quem aguentaria tão pesado fardo, gemendo e suando, sob o peso de uma vida tão trabalhosa, se não fosse o pavor do que existe para lá da morte — essa região desconhecida cujas fronteiras nenhum viajante volta a atravessar —, temor que embaraça a vontade e nos obriga a suportar os males que conhecemos, em vez de corrermos para outros de que não sabemos nada? Assim a consciência faz cobardes de nós todos, e assim o primeiro impulso da reolução esfuma-se no pensamento, e as tentativas de força e energia, perante este raciocínio, mudam o seu curso e perdem o nome de acção...» (tradução de Ricardo Alberty).