Escritora portuguesa (Lisboa, 10.3.1931 - Sintra, 3.3.2008), cuja obra assume características singulares, tal como a sua personalidade, absolutamente discreta e avessa ao mundanismo dos meios literários. Maria Gabriela Llansol foi distinguida com vários prémios, incluindo o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus e, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores.
A sua obra inclui títulos como: Os Pregos na Erva (1962), Depois de os Pregos na Erva (1972), a trilogia «Geografia dos Rebeldes» (O Livro das Comunidades, 1977; A Restante Vida, 1983; Na Casa de Julho e Agosto, 1984); trilogia o «Litoral do Mundo» (Causa Amante, 1984; Contos do Mal Errante,1986; Da Sebe ao Ser, 1988); Um Falcão no Punho (diário), 1985; Finita (diário), 1987; Um Beijo Dado Mais Tarde, 1990; Amar um Cão, 1992; Lisboaleipzig 1: O Encontro Inesperado do Diverso, 1994; Lisboaleipzig 2: O Ensaio de Música, 1955; Ardente Texto Joshua, 1998; Onde Vais Drama-Poesia? (diário), 2000; Amigo e Amiga. Curso de Silêncio, 2004.
Eis um excerto da entrada da Enciclopédia Verbo-Edição Século XXI que se lhe refere:
«A sua obra literária, dos domínios da ficção (conto e romance) e do diário, espaçada até aos anos 80, torna-se depois mais frequente e insistente e impõe uma personalidade singular mas relevante no panorama nacional, com textos já tachados de 'herméticos e enigmáticos', porém iniciadores de vivências místicas, poéticas, musicais, e com propósitos de um amor à dimensão do cosmos e de um entendimento (essencial mais do que conceptual) entre os seres dos diferentes reinos da natureza. Há na sua literatura uma genealogia, sem lógica de tempo nem de espaço, em que comparecem as mais «reencontradas» famílias (da mística, da poesia, da filosofia, da música…) — S. João da Cruz, Eckart, a beguinagem, Espinosa, Nietzsch, Hölderlin, Fernando Pessoa, Bach, etc. »