A carreira deste grande cineasta japonês (Mie, 20.11.1915 – 12.2.2008) começou pelos desenhos animados e filmes com marionetas. Depois da II Guerra Mundial, estreou-se como realizador de filmes de fundo com Toho Senichi-Ya (1947). A sua filmografia cobre vários géneros e registos, combinando capacidade artística e êxito de público. Notabilizou-se sobretudo em transposições cinematográficas de clássicos literários, como Kokoro (adaptação de Soseki Natsume), Enjo (adaptação de Mishima), Kagi (adaptação de Junichirô Tanizaki) ou Hakai (adaptação de Toson Shimazaki).
Conhecido no Ocidente desde Biruma no tategoto (1956, exibido em Portugal como A Harpa Birmanesa), premiado em Veneza (e de que Ichikawa fez uma segunda versão em 1985), este cineasta dirigiu vários thrillers como Ana (1957), Inugamike no ichizoku (1976) e Gokumon-to (1977).
Alguns outros filmes de referência: Enjo (1958), Kagi (1959, Prémio de Júri no Festival de Cannes), Ototo (1960), Hakai (1962), Koto (1980), Kojuku (1981), Sasame-yuki (1983), Rokumeikan (1986), Eiga joyu (1987, homenagem à actriz Kinuyo Tanaka, protagonista de vários filmes de Mizoguchi), Taketori monogatari (1987), Tenkawa densetsu satsujin jiken (1991), Shijushichinin no shikaku (1994), Kah-chan (2001, Grand Prix des Amériques, do Festival de Montréal). Os seus filmes receberam muitas nomeações e prémios, dentro e fora do Japão. Em 2001 foi distinguido com o Prémio de Carreira do Festival de Cinema do Mundo de Montréal. Em 2006 venceu o Prémio Akira Kurosawa do Festival Internacional de Tóquio.