Bailarino francês que revolucionou a dança e se tornou um dos maiores nomes da coreografia contemporânea (Marselha, 1.1.1927 - Lausanne, 22.11.2007). Estreou-se em 1945 na ópera de Marselha e praticou, durante dez anos, a chamada «dança clássica», que lhe deu uma técnica perfeita. Insatisfeito, compreendeu que o
Actor e realizador espanhol (Lima, Peru, 28.8.1921 - Madrid, 21.11.2007) que, desde 1945, integrou o elenco de mais de duas centenas de filmes, sob a direcção dos principais realizadores espanhóis. Autor de comédias, novelas, argumentos cinematográficos, uma ópera e livros de poesia. Em 1973 escreveu, dirigiu e interpretou para a televisão a série El pícaro. Ganhou o prémio de interpretação do Festival de Berlim, de 1976, pelo seu trabalho em El anacoreta, de Juan Estelrich, e, em 2005, aquele festival concedeu-lhe um prémio honorário. Autor de obras como El viaje a ninguna parte ou Las biciletas son para el verano, em 2000 entrou para a Real Academia de la Lengua. Foi também distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias (Artes).
Algumas das suas obras como realizador: El Mensaje (1955), La vida por delante (1958), La vida alrededor (1959), Sólo para hombres (1960), El Mundo Sigue (1965), El extraño viaje (1967), Crimen imperfecto (1970), Como cazarse en 7 días (1971), Yo la vi primero (1975), La Querida (1976), Bruja, más que bruja (1976), Mi hija Hildegard (1977), Cinco tenedores (1979), El viaje a ninguna parte (1985), El mar y el tiempo (1989), Fuera de juego (1991), Siete mil días juntos (1994), Pesadilla para un rico (1996), A Porta do Sol (1998), Lázaro de Tormes (2001).
A Editorial Verbo associa-se ao centenário do nascimento de Hergé, cujos álbuns do Tintim edita, com a publicação da uma biografia, por Benoît Peeters, que acaba de ser posta à venda.
Veja também o indispensável
Hergé, patriarca da família Tintim é o título do texto de António Leite da Costa publicado na ANNUALIA 2007-2008.
O artigo contém preciosa informação histórica, nomeadamente sobre a publicação das histórias e desenhos de Hergé em Portugal e tem muitas e belas ilustrações, como abaixo fica exemplificado.
Capa de O Papagaio (1936) a anunciar o início da publicação de Tintim na América
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O português Oliveira da Figueira, na versão original de Os Charutos do Faraó
Compay Segundo (1907-2003) no Olympia de Paris, em 1999, com a cantora espanhola Martirio (María Isabel Quiñones Gutiérrez).
Os 170 anos da criação do Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro -- a maior biblioteca de autores portugueses fora de Portugal -- são assinalados na ANNUALIA 2007-2008.
A modernidade de Baudelaire reside, em primeiro lugar, na sua consciência poética, isto é, a noção de uma poesia que é um valor em si mesma, que se pensa a si própria mas sem viver dela própria, que toma como única regra um critério estético e descarta os preconceitos morais. Assim, a poesia de Baudelaire não teme exprimir o desespero do homem moderno, incerto, inquieto e dividido, que constitui a sua condição trágica. Nela, apesar do voluntário primado da inteligência, exprime-se, em composições breves, uma magia e uma música em que a modulação das sensações desempenha papel fundamental.
L’Albatros
Souvent, pour s’amuser, les hommes d’équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.
*
À peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l’azur, maladroits et honteux,
Laisse piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons trainer à côté d’eux.
*
Ce voyager ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu’il est comique et laid!
L’un agace son bec avec un brûle-gueule,
L’autre mime, en boitant, l’infirme qui volait!
*
Le poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l’archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l’empêchent de marcher.
*
O Albatroz
Por mera brincadeira, os homens de equipagem
Caçam enormes aves do mar, albatrozes
Que, indolentes, costumam seguir a viagem
Do navio percorrendo abismos tenebrosos.
*
Assim que sobre aquelas tábuas são largados
Os reis do céu azul, envergonhados, trôpegos,
Deixam cair, humildes, as imensas asas,
Que arrastam pelo chão, como remos já soltos.
*
Como está mole e frouxo o alado peregrino!
Ele, que tão belo foi, ei-lo cómico e feio!
Um espicaça-lhe o bico, usando o seu cachimbo,
E um outro, coxeando, imita o pobre enfermo!
*
O poeta é igual ao príncipe das nuvens
Que se ri do arqueiro e afronta a tempestade;
Exilado na terra e no meio dos apupos,
As asas de gigante impedem-no de andar.
*
(trad. de Fernando Pinto do Amaral, As Flores do Mal, Assírio e Alvim)