Para a Professora Maria Arménia Carrondo, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa e especialista nesta matéria, a Cristalografia permite determinar e definir a forma das moléculas, ou seja a sua arquitectura tridimensional. De um modo mais técnico corresponde a saber qual a posição relativa de cada um dos átomos constituintes de uma molécula num referencial a três dimensões. Baseia-se na interacção de raios X com um cristal, e é a difracção produzida por esse cristal que irá permitir resolver e determinar a sua estrutura molecular. O comprimento de onda da radiação X é da mesma ordem de grandeza que as distâncias interatómicas no cristal e é essa relação que dá origem ao fenómeno da difracção. Estas medições podem ser feitas com radiação produzida em geradores laboratoriais, ou em instalações internacionais, designadas por sincrotrões. O conhecimento da estrutura a nível atómico permite depois construir modelos que nos mostram a forma dessas moléculas e adicionalmente identificar nesses modelos as suas partes importantes, como por exemplo os respectivos centros activos.
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