
O poeta argentino Juan Gelman (n. Buenos Aires, 1930) foi distinguido hoje com o Prémio Cervantes.
A sua primeira obra Violín y otras cuestiones(1956) foi logo bem acolhida e constitui o primeiro passo de uma importante carreira literária. Em 1975, Juan Gelman exilou-se sucessivamente em Itália, França e México. No ano seguinte, o seu filho e a sua nora foram sequestrados. O primeiro foi assassinado e a segunda, grávida, conta-se entre as dezenas de milhares de desaparecidos durante a ditadura militar argentina. Gelman reencontrou, no entanto, a neta no Uruguai, onde provavelmente terá nascido, tendo sido criada por uma família uruguaia. Gelman tem sido um incansável lutador pelos direitos humanos.
Segundo o jornal espanhol El Mundo a sua poesia é atravessada por dois tipos de energia. O primeiro, lírico, é centrado nas coisas simples, quotidianas, no amor das pessoas e da natureza. O segundo é a do empenhamento perante a injustiça, da indignação e do acolhimento da dor alheia.
Algumas das suas obras: El juego en que andamos (1959), Velorio del solo (1961), Gotan (1962), Cólera Buey (1965), Los poemas de Sidney West (1969), Fábulas (1971), Comentarios (1978-1979), Notas (1979), Citas (1979), Carta Abierta (1980), Bajo la lluvia ajena (1980), Hechos y relaciones (1980), Si dulcemente (1980), Citas y comentarios (1981), Hacia el Sur (1982), Composiciones (1983-1984), Eso (1983-1984), Dibaxu (1983-1985).
Juan Gelman, antes de vencer o Prémio Cervantes, já fora distinguido, entre outros, com o Prémio Nacional de Poesia argentino (1997), o Prémio de Literatura Latino-americana Juan Rulfo (2000), o Prémio Ibero-americano de Poesia Ramón López Velarde (2004), o Prémio Nacional de Letras Teresa de Ávila (2004), o Prémio Ibero-americano de Poesia Pablo Neruda (2005) e o Prémio Reina Sofia de Poesia Ibero-americana (2005).