O Prémio Nobel da Física deste ano distinguiu dois feitos científicos que ajudaram a moldar as bases das nossas actuais sociedades em rede. Eles criaram muitas inovações concretas do dia-a-dia e deram-nos novos instrumentos de exploração científica. Em 1966, Charles K. Kao fez uma descoberta que conduziu ao avanço da fibra óptica. Ele calculou cuidadosamente como transmitir luz a grandes distâncias através de fibras de vidro ópticas. Com uma fibra do mais puro vidro é possível transmitir sinais luminosos a mais de 100 quilómetros, quando as fibras disponíveis nos anos 60 tinham um alcance de apenas 20 metros. O entusiasmo de Kao inspirou outros investigadores a partilharem a sua visão sobre o potencial futuro da fibra óptica. A primeira fibra ultrapura foi fabricada com êxito apenas quatro anos depois, em 1970.
Hoje, a fibra óptica forma o sistema circulatório que alimenta a nossa sociedade da comunicação. As fibras ópticas de grande rendimento facilitam a comunicação global em banda larga, como acontece com a Internet. A luz flui em finíssimos cabos de vidro, transportando a maioria do tráfego telefónico e de dados em todas as direcções. Texto, música, imagens e vídeo podem ser transferidos, em volta do globo, numa fracção de segundo.
Se desenrolássemos toda a fibra de vidro que existe no mundo, obteríamos um único cabo com mais de um bilião de quilómetros – o suficiente para dar a volta à terra mais de 25 000 vezes –, que aumenta milhares de quilómetros a cada hora que passa.
Uma boa parte deste tráfego é constituído por imagens digitais, que formam a segunda parte do prémio. Em 1969, Willard S. Boyle e George F. Smith inventaram a primeira tecnologia de imagem bem sucedida, usando um sensor digital: um CCD (Charge-Coupled Device). A tecnologia CCD utiliza o efeito fotoeléctrico, tal como teorizado por Albert Einstein, que a ele ficou a dever a atribuição do Prémio Nobel, em 1921. Por este efeito, a luz é transformada em sinais eléctricos. Ao conceber um sensor de imagem, o desafio consiste em reunir e transformar, em muito pouco tempo, os sinais num grande número de pontos, os pixéis.
O CCD é o olho electrónico da câmara digital. Ele revolucionou a fotografia, na medida em que a luz pode agora ser captada electronicamente, em lugar de o ser em filme. A forma digital facilita o processamento e a distribuição destas imagens. A tecnologia CCD é também usada em muita aplicações para medicina, por exemplo para ver o interior do corpo humano, quer com fins de diagnóstico, quer para microcirurgia.
A fotografia digital tornou-se um instrumento insubstituível em muitas áreas de investigação. O CCD criou novas possibilidades de visualizar o que antes não era visível. Deu-nos imagens cristalinas de lugares distantes do nosso universo, bem como da profundeza dos oceanos.
A organização Reporters sans frontières declarou este dia 12 de Março como jornada de alerta contra os países (Arábia Saudita, Birmânia/Myanmar, China, Coreia do Norte, Cuba, Egipto, Irão, Uzbequistão, Síria, Tunísia, Turquemenistão, Vietname) «que transformaram a rede em intranet, impedindo os internautas de acederem às informações julgadas "indesejáveis". Todos estes países se salientam não só pela sua capacidade de censurar a informação em linha, mas também pela repressão quase sistemática dos internautas incómodos».
Relatório sobre os inimigos da internet aqui.
Lista de internautas dissidentes presos aqui.
Está para muito breve a entrada em funcionamento experimental do motor de busca financiado pela Comissão Europeia: o Projecto Multimatch.
«On the web, cultural heritage content is everywhere, in traditional environments such as libraries, museums, galleries and audiovisual archives, but also in popular magazines and newspapers, in multiple languages and multiple media. The aim of the MultiMatch project is to enable users to explore and interact with online accessible cultural heritage content, across media types and languages boundaries.»
Para conhecer melhor o projecto ver também este documento.
O blog ANNUALIA participará no encontro de blogs que se realiza amanhã na Universidade Católica Portuguesa.
O encontro divide-se em três painéis:
1. Blogues e segmentação da blogosfera.
2. Blogues culturais e educação.
3. Blogues, cultura e negócio.
Veja mais aqui