Comediante português e figura de referência do humor português (Lisboa, 19.10.1929 – ibid., 8.8.2009). Iniciou-se, como amador, em 1947, no Grupo Dramático da Sociedade de Instrução Guilherme Cossul. Profissional desde 1952, notabilizou-se como artista de variedades (após O Sol da Meia-Noite, no Maxime) e teatral (opereta — Maria da Fonte no Monumental, em 1953; comédia — A Irmã S. Sulpício no Apolo, em 1954; e revista — com destaque para Bate o Pé no Maria Vitória, com A Guerra de 1908, em 1961). O sucesso como humorista consolidou-se nos espectáculos a solo, na rádio e nas gravações em disco (A Guerra, História da Minha Vida, Poema do Egocentrista, Poema do Que Ela Me Disse, Médico, Frica e os Leopoldos, É do Inimigo?, Concerto de Violino, Bombeiral da Moda, A Maternidade). A partir de 1963, foi figura indispensável no teatro para televisão, em Portugal e no Brasil. Em 1964-1970, construiu e foi empresário do Teatro Villaret, onde levou à cena grandes êxitos, como a sua interpetação do Tartufo de Molière. A sua popularidade culminou com a apresentação de programas de televisão, que constituem marcos históricos nos respectivos géneros: Zip-Zip (talk show, 1969) e A Visita da Cornélia (concurso, 1977). Em 1991, foi publicada a sua biografia com o título A Vida Não Se Perdeu. Em 2002, quando completou 50 Anos de Carreira, foi homenageado com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. A 10 de Junho de 2004, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Raul Solnado era director da Casa do Artista, em Lisboa, instituição que ajudou a fundar, em 1999.
No cinema, integrou o elenco de, por exemplo, A Garça e a Serpente (1952, de Arthur Duarte), Ar, Água e Luz (1956, de Fernando Garcia), O Noivo das Caldas (1956, de Arthur Duarte), Perdeu-se Um Marido (1956, de Henrique Campos), Sangue Toureiro e O Tarzan do 5.o Esquerdo (1958, de Augusto Fraga), As Pupilas do Senhor Reitor (1960, de Perdigão Queiroga), Dom Roberto (1962, de Ernesto de Sousa), O Milionário (1962, de Perdigão Queiroga), A Família Barata (1961, série televisiva), A Fronteira (1969, televisão), Balada da Praia dos Cães (1986, de José Fonseca e Costa), A Mala de Cartão/La Valise en Carton (1986, de Michel Win), Resposta a Matilde (1986, televisão), O Bobo (1987, de José Álvaro Morais), Bâton (1988, televisão), Conto de Natal (1988, televisão), Lá em Casa Tudo Bem (1988, de Nuno Teixeira, série televisiva), Topaze (1988, série televisiva); Aqui d’El-Rei! (1991, de António Pedro Vasconcelos), Meu Querido Avô (1997, de Fernando Ávila, série televisiva), Requiem (1998, de Alain Tanner), Senhor Jerónimo (1988, de Inês de Medeiros), Facas e Anjos (2000, de Eduardo Guedes, televisão), Ilha dos Amores (2007, série televisiva), Call Girl (2007, de António-Pedro Vasconcelos), América (2009, de João Nuno Pinto).
* Ler crónica de Pedro Mexia no Público aqui.
Informação recolhida na Enciclopédia Verbo-Edição Século XXI.
Argumentista, produtor e realizador norte-americano (Lansing, Michigan, 18.2.1950 - Nova Iorque, 6.8.2009) mais conhecido pela história de Home Alone (Sozinho em Casa: 1990, 1992, 1997, 2002), mas reconhecido também pelo argumento de comédias como Class Reunion (1982, de Michael Miller), European Vacation (1985, de Amy Heckerling), Pretty in Pink, Some Kind of Wonderful e The Great Outdoors (1986, 1987 e 1988, de Howard Deutch), Career Opportunities (1991, de Bryan Gordon), Beethoven 1, 2, 3, 4 e 5 (1992, 1993, 2000, 2001 e 2003, de Brian Levant, Rod Daniel, David M. Evans e Mark Griffiths respectivamente), Miracle on 34th Street (1994, de Les Mayfield), Just Visiting (2001, de Jean-Marie Poiré), Maid in Manhattan (2002, de Wayne Wang). John Hughes escreveu, produziu e realizou Sixteen Candles (1984), The Breakfast Club (1985), Weird Science (1985), Ferris Bueller's Day Off (1986), Planes, Trains & Automobiles (1987), She's Having a Baby (1988), Uncle Buck (1989) e Curly Sue (1991).
Actor, realizador, autor e gastrónomo americano (Brooklyn, Nova Iorque, 1.8.1933 – Santa Mónica, Califórnia, 4.5.2009) Formado na High School of Performing Arts, estreou-se off-Broadway numa produção de Little Mary Sunshine e na Broadway, em 1968, como protagonista de Last of the Red Hot Lovers. No mesmo ano foi para o ar, na CBS, The Dom DeLuise Variety Show, experiência que repetiu, no canal ABC, com Dom DeLuise and Friends (1983-1990). Apareceu no cinema em Fail Safe (1964, de Sidney Lumet), a que se seguiram outros filmes como The Glass Bottom Boat (1966, de Frank Tashlin), The Busy Body (1967, de William Castle), What's So Bad About Feeling Good (1968, de George Seaton), Norwood (1970, de Jack Haley Jr.), Who is Harry Kellerman and Why Is He Saying Those Terrible Things About Me? (1971, de Ulu Grosbard), The Adventure of Sherlock Holmes' Smarter Brother (1975), The World's Greatest Lover (1977, de Gene Wilder), The End (1978, de Burt Reynolds), Fatso (1980, de Joan Bancroft), Haunted Honeymoon (1986, de Gene Wilder), salientando-se em particular em muitas das comédias de Mel Brooks, como The Twelve Chairs (1970), Blazing Saddles (1974), Silent Movie (1976), History of the World - Part 1 (1981), Spaceballs (1987) e Robin Hood: Men in Tights (1993). Foi também a voz de «Tiger» no filme de animação de An American Tail (1991, de Don Bluth) e passou para o lado de trás da câmara com Hot Stuff (1979). Foi também autor de dois livros de cozinha (Eat This e Eat This Too) e de diversos livros infantis (Charlie the Caterpillar, Goldilocks, King Bob's New Clothes, The Pouch Potato, entre outros).
Actriz americana (Nova Iorque, 3.5.1922 – Los Angeles, 25.4.2009) que se distinguiu sobretudo no teatro – a sua carreira conheceu o ponto de viragem na Broadway, em 1964, numa produção de Fiddler on the Roof, e, em 1966, o seu desempenho no musical Mame valeu-lhe a atribuição de um Tony – e na televisão, onde desempenhou personagens marcadas pelo humor, rápido e ácido. No princípio da década de 1970, participou na série All in the Family, na pele de Maude, a prima liberal de Edith Bunker, que levou à criação da sua própria sitcom, Maude (1972-1978), pela qual foi premiada com um Emmy. Depois de passagens episódicas por várias séries (por exemplo, em Soap, 1980) e da série Amanda’s (1983), regressou ao êxito com a série The Golden Girls (1985-1992). Participou também em alguns filmes: For Better or Worse (1985, de Jason Alexander) e Enemies of Laughter (2000, de Joey Travolta).
TÍTULOS | PRIMEIRAS REPRESENTAÇÕES |
Henrique VI | 1589/92 |
The Comedy of Errors | 1592/93 |
Ricardo III | 1592/93 |
The Taming of the Shrew | 1593/94 |
The Two Gentleman of Verona | 1594/95 |
Love's Labour Lost | 1594/95 |
Romeo and Juliet | 1594/95 |
A Midsummer Night’s Dream | 1595/96 |
Richard II | 1595/96 |
The Merchant of Venice | 1596/97 |
King John | 1596/97 |
Henrique IV | 1597/98 |
Much Ado About Nothing | 1598/99 |
Henry V | 1598/99 |
As You Like It | 1599/1600 |
Julius Caesar | 1599/1600 |
Hamlet | 1600/01 |
The Merry Wives of Windsor | 1600/01 |
Twelfth Night | 1601/02 |
Troilus and Cressida | 1601/02 |
All´s Well That Ends Well | 1602/03 |
Othello | 1604/05 |
Measure for Measure | 1604/05 |
King Lear | 1605/06 |
Macbeth | 1605/06 |
Antony and Cleopatra | 1606/07 |
Coriolanus | 1607/08 |
Timon of Athens | 1607/08 |
Pericles | 1608/09 |
Cymbeline | 1609/10 |
The Winter's Tale | 1610/11 |
The Tempest | 1611/12 |
The Two Noble Kinsmen | 1612/13 |
Henrique VIII | 1612/13 |
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Hamlet. To be, or not to be — that is the question:
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them. To die — to sleep —
No more; and by a sleep to say we end
The heartache, and the thousand natural shocks
That flesh is heir to. 'Tis a consummation
Devoutly to be wish'd. To die — to sleep.
To sleep — perchance to dream: ay, there's the rub!
For in that sleep of death what dreams may come
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause. There's the respect
That makes calamity of so long life.
For who would bear the whips and scorns of time,
Th' oppressor's wrong, the proud man's contumely,
The pangs of despis'd love, the law's delay,
The insolence of office, and the spurns
That patient merit of th' unworthy takes,
When he himself might his quietus make
With a bare bodkin? Who would these fardels bear,
To grunt and sweat under a weary life,
But that the dread of something after death —
The undiscover'd country, from whose bourn
No traveller returns — puzzles the will,
And makes us rather bear those ills we have
Than fly to others that we know not of?
Thus conscience does make cowards of us all,
And thus the native hue of resolution
Is sicklied o'er with the pale cast of thought,
And enterprises of great pith and moment
With this regard their currents turn awry
And lose the name of action...
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«Ser ou não ser, eis a questão! O que será mais nobre para o espírito humano: sofrer os ataques e as frechadas da fortuna adversa, ou pegar em armas contra um mar de dores e, enfrentando-as, pôr-lhes termo? Morrer... dormir; mais nada! E dizer que se acaba com as penas do coração e mil choques de que é herdeira a carne! Eis um fim a desejar ardentemente. Morrer... dormir! Dormir... Sonhar talvez! Aí é que está o problema! Porque há que pensar nos sonhos que virão nesse sono da morte, quando nos libertarmos desta mortal crisálida! É este raciocínio que nos leva à desgraça de uma vida tão longa! Pois quem suportaria as chicotadas e o desprezo do mundo, a injúria do opressor, a afronta do soberbo, as ferroadas do amor incompreendido, as delongas da justiça, a insolência dos funcionários e o coice que o mérito paciente recebe dos indignos, quando se podia buscar repouso com a ponta de um punhal? Quem aguentaria tão pesado fardo, gemendo e suando, sob o peso de uma vida tão trabalhosa, se não fosse o pavor do que existe para lá da morte — essa região desconhecida cujas fronteiras nenhum viajante volta a atravessar —, temor que embaraça a vontade e nos obriga a suportar os males que conhecemos, em vez de corrermos para outros de que não sabemos nada? Assim a consciência faz cobardes de nós todos, e assim o primeiro impulso da reolução esfuma-se no pensamento, e as tentativas de força e energia, perante este raciocínio, mudam o seu curso e perdem o nome de acção...» (tradução de Ricardo Alberty).